Rodolfo Juarez
Era a final da noite, do último dia do mês de abril, de 2024, quando uma das maiores guerreiras que conheci durante toda a minha vida, respirou pela última vez e partiu para sua viajem eterna, nem tendo tempo para o comentário que sempre fazia: “vou, mas contrariada!”
O cérebro usa até 25% do oxigênio do nosso corpo. Por isso, ele é o primeiro compartimento corporal a morrer quando paramos de respirar. E foi assim com minha mãe que, depois de 96 anos completados dois dias antes, no dia 28 de abril, aconteceu transtornando o pensamento de cada um dos filhos e de muitos dos outros parentes diretos ou por afinidade.
Minha mãe era muito querida pelo que representou durante toda a sua caminhada, seja pelos seus descendentes, seja por aqueles que, por afinidade, se identificaram com ela, com o que representava e o que cultivava na vida, distribuindo alegria, vitalidade e resiliência, e quando não pode mais mostrar o que gostava: a sua empatia e simplicidade, não se fez de rogada e partiu!
Viúva desde os 45 anos de idade, viveu mais 44 anos como esteio principal e referência de toda a família, representando o interesse de todos e sendo o elo importante entre as conquistas de cada um dos descendentes e as suas.
Em tese os médicos declaram a morte a partir do momento em que o coração de um paciente deixa de bater. Quando isso acontece, as funções cerebrais terminam quase de imediato e a pessoa perde todos os seus reflexos. Parece que a minha mãe não ofereceu aos médicos essa regra. Minha mãe despediu-se da vida com falência simultânea ou instantânea de todos os órgãos.
Minha mãe deixou muitos exemplos e ainda não deu tempo para medirmos o tamanho da falta que esse elo representa na vida de todos nós, filhos e filhas, netos e netas, bisnetos e bisnetas, tataranetos e tataranetas, amigos e amigas, conhecidos e conhecidas.
Há uma certeza que já está cristalizada: está fazendo e vai continuar fazendo muita falta.
Os motivos são tantos e as lembranças são tão variadas e de tantos momentos que, certamente, deixarão a sua memória viva. Muitos vão lembrar da disposição e o amor que tinha pela dança. Sabia dançar.
Agora, depois de noventa e seis anos, repousa nos braços do Senhor, mostrando que a vida não é só importante quando ainda estamos vivos. A vida é muito importe quando temos exemplos para deixar. Assim, todos trabalho para procurar igualar o comportamento de todos ao seu comportamento como exemplo para todos.
A bênção minha mãe!
Obrigado pela criação, pelo amor que ensinou e a responsabilidade que a todos nós mostrou!