Rodolfo Juarez

O Estado do Amapá nunca fez e não faz transplante de rim, pois não tem estrutura para isso. O Amapá envia os pacientes renais crônicos e de transplante para Belém, onde tem uma base, Fortaleza e para as capitais dos estados do Sul do Brasil.

Em 2012, a Fundação Pró-Rim esteve presente no IV Seminário dos Renais Crônicos e Transplantados do Amapá, quando foi discutida a importância da implantação de um hospital para transplante no estado do Amapá.

Em 2014, a Promotoria da Saúde do Amapá acionou o estado para que credenciasse um hospital público ou particular para realizar transplantes de rim.

A lista de espera de pacientes por um órgão é baseada em critérios técnicos, como tipagem sanguínea, compatibilidade de peso e altura, compatibilidade genética e critérios de gravidade.

Em 2018 um jornal local chamava a atenção com a manchete: “Amapá capacita profissionais para identificarem doadores de órgão” trazendo na retranca da manchete: “Com profissionais especializados, transplantes poderão ser feitos no Amapá a partir de 2019 e a espera dos amapaenses para os procedimentos se tornará menor”.

A notícia referida dizia o seguinte: o Governo do Amapá começou a implantação de uma comissão para identificar potenciais doadores de órgãos na rede pública e privada de saúde. Para isso, foi iniciada, no dia 20 de março de 2018, no auditório da Promotoria da Infância, em Macapá, a capacitação de profissionais que atuarão nas unidades hospitalares em busca de possíveis doadores.

Com a identificação de doadores, o Amapá poderá ser incluído no Sistema Nacional de Transplante (SNT) de captação/doação de órgãos, tendo a população local, como prioridade nos transplantes.

A capacitação está sendo promovida pela Central Estadual de Transplantes (CET) e se estenderá até o próximo dia 22 (de março).

Durante os três dias, os profissionais terão ampla visão do processo doação/transplante, com profissionais experientes palestrando sobre o assunto e que integram o SNT – Sistema Nacional de Transplante. Entre os temas tratados estão, legislação brasileira, diagnóstico de morte encefálica, entrevista familiar, aspectos operacionais e éticos de doação e transplante de órgãos e tecidos.

Para o diretor do CET (da época), Eduardo Cardoso, o Amapá tem um grande potencial de doadores e a capacitação dos profissionais é um passo importante para que o trabalho seja iniciado no Estado.

Durante o encontro disse o diretor: “O estado captador do órgão, tem prioridade de transplante dentro do seu próprio território e essa é a importância de manter profissionais especializados na área”.

Os palestrantes vieram do Rio Grande do Sul, do Ceará e do Pará, que são estados que já têm experiência com a captação e doação de órgãos. Segundo o chefe da equipe de transplantes da Santa Casa de Porto Alegre, Valter Garcia, a intenção é que o serviço esteja implantado até o início de 2019 no Amapá.

Disse Valter Garcia: “Há alguns anos, nós chegamos a iniciar esse trabalho aqui, mas acabou sendo deixado de lado. Agora, estamos retomando e, de acordo com o que já foi conversado, a pretensão é que no começo do ano que vem, já se comece a fazer transplantes de córnea e rim, pelo menos”.

Os pacientes constatam que nada aconteceu.