Rodolfo Juarez
Os amapaenses, e os paraenses principalmente, foram surpreendidos a poucos dias pela publicação de um edital feito pela Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura – OEI, proibindo o consumo de açaí, do tucupi e da maniçoba durante a COP.
Uma enorme mobilização local e nacional acabou por remover a proibição e os produtos acabaram por ser liberados.
O chef Saulo Jennings, da Casa do Saulo, um dos grandes nomes da cozinha amazônica, foi decisivo quando afirmou que “A Amazônia não é risco. É potência” e completou “Estou na COP ajudando desde o início a receber a turma em Belém. Fui para a COP 28 para fazer o jantar de abertura e para ver tudo como era para nós colocarmos em prática em Belém. Meu restaurante vai receber várias delegações com muito açaí, tucupi e todos os ingredientes originários do Pará, obviamente seguindo todos os protocolos de segurança da vigilância sanitária. Isso é padrão sempre. E fui convidado para fazer um dos jantares presidenciais. Estou só aguardando detalhes.”
Thiago Castanho, outro chef de renome, foi também para a rede protestar contra a portaria. Funcionou. Tudo certo com a gastronomia icônica amazônica. Os visitantes terão a oportunidade de desfrutá-la. Melhor assim.
A PEI, Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura, é um organismo internacional dedicado à cooperação entre os países ibero-americanos nos campos da educação, ciência e cultura, com foco no desenvolvimento integral e sustentável.
É uma organização intergovernamental, sem fins lucrativos, e a mais antiga da região, com 75 anos de história. A OEI busca promover a integração regional e fortalecer os laços entre os países membros através de iniciativas nessas áreas.
Os protocolos característicos da OEI fundam-se nos objetivos de promover a cooperação entre os países ibero-americanos nos campos da educação, ciência e cultura, visando o desenvolvimento integral e sustentável. É um organismos público, intergovernamental e sem fins lucrativos.
Fundada em 1950, portanto há 75 anos, é a organização mais antiga da região, com forte presença territorial em 20 países, sendo 23 os países membros, incluindo o Brasil, que é um dos países fundadores. Possui uma Secretaria-Geral em Madrid, além de escritórios regionais e técnicos em diversos países.
A OEI desempenha um papel importante na promoção da cooperação e integração na região ibero-americana, atuando como um catalisador para o desenvolvimento educacional, científico e cultural dos países membros.
A Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) está ativa em todos os países da América Latina e na Espanha, bem como na Guiné Equatorial, totalizando 23 Estados-membros. Possui escritórios em diversos países, incluindo Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Espanha.
A OEI é uma das organizações responsáveis pelas contratações na COP30 e que havia, nessa condição, proibido o açaí, o tacacá e a maniçoba nos restaurantes oficiais do evento. No entanto, a intervenção do ministro do Turismo, Celso Sabino, e a mobilização local e nacional, a proibição foi revertida e os alimentos foram liberados.
O motivo alegado para a pretendida proibição foi a contaminação dos alimentos, especialmente o açaí pela doença de Chagas.
A reação foi imediata, com chefs de cozinha paraenses e outras autoridades se manifestando contra a decisão. O ministro do Turismo, Celso Sabino, que é de Belém, atuou junto à OEI e ao secretário-geral da COP para reverter a proibição e garantir a presença da gastronomia paraense no evento.
Após a atuação do ministro, a OEI republicou o edital, retirando a proibição e permitindo que os restaurantes oficiais da COP30 ofereçam açaí, tacacá e maniçoba.