Rodolfo Juarez

O dia 5 de setembro não se constitui em uma celebração nacional. Aqui no estado do Amapá e no estado do Maranhão, a data de 5 de setembro tem tradição por marcar o início do que se convencionou chamar de Semana da Patria.

O dia 5 de setembro, no Amapá é o momento dos desfiles escolares, especialmente da escola infantil e de 1.º grau para, no dia 7 de setembro, serem o momento do desfile das forças de segurança. As celebrações da Semana da Pátria se estendem até o dia 13 de setembro, quando se comemora a Data Magna do Estado do Amapá, com desfile que se tornaram memoráveis e que agora, competindo com outras programações oficiais e não oficiais, sua importância tem sido desleixada, principalmente pelas autoridades da educação do Estado.

A associação da primeira data, 5 de setembro, decorre do “desfiles do Dia da Raça”, uma comemoração cívica que visa – ou visava -, enaltecer a identidade cultural brasileira e os imigrantes que contribuíram para a formação do povo.

No restante do Brasil, o dia 5 de setembro é comemorado como o Dia da Amazônia, uma data para a conscientização sobre a importância da maior floresta tropical do mundo e os impactos do desmatamento e da poluição. Como o território do Estado do Amapá integra a Amazônia, há uma interligação entre as duas celebrações.

As celebrações do Dia da Raça e do Dia da Amazônia visam reconhecer e valorizar a diversidade de raças e etnias que compõem a formação do povo brasileiro, como negros, brancos, indígenas e asiáticos. O dia também tem como objetivo enaltecer a contribuição dos imigrantes para a formação da “raça brasileira”.

O Dia da Amazônia celebra, também, a importância do bioma com o propósito de conscientizar a população sobre a relevância da floresta Amazônica para o planeta. O Dia da Amazônia serve, também, para que se faça uma reflexão sobre os impactos negativos das ações humanas, no desmatamento e na poluição, procedimentos que afetam a fauna e a flora do bioma.

No estado do Amazonas, por exemplo, o dia 5 de setembro é feriado estadual em homenagem à elevação do Amazonas à categoria de província, em 1850.

A região Amazônica terá, daqui a dois meses, um momento para ser observada por todos. A partir do dia 7 de novembro, em Belém, no estado do Pará, começa e se estende até dia 21 a COP 30, a 30ª Conferência das Partes (Conference of the Parties), a reunião anual da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC).

O evento reunirá líderes mundiais, cientistas, e representantes da sociedade civil para discutir e definir estratégias globais de combate às mudanças climáticas, com um foco particular na importância da Amazónia para o clima global.

A COP é o órgão decisório da UNFCCC, a convenção estabelecida na Conferência Rio-92, que ocorre anualmente desde 1995 para debater e negociar ações contra as mudanças do clima. A convenção será, pela primeira vez, realizada no Brasil e na Amazônia, um bioma crucial para a regulação do clima mundial.

Além das discussões políticas e diplomáticas na Zona Azul (oficial da ONU), a COP30 terá uma Zona Verde aberta ao público para promover inovações, diálogo e conexão com soluções sustentáveis e a sociedade civil.

O Brasil, como anfitrião, tem o compromisso de fortalecer o multilateralismo e a implementação do Acordo de Paris.

A COP está dividida, assim, em duas áreas principais: a Zona Azul, onde ocorrem as negociações oficiais entre países, e a Zona Verde, um espaço para a sociedade civil, empresas e ONGs discutirem e apresentarem soluções. A ideia é aproximar a agenda climática da população e promover o engajamento democrático e a pluralidade de vozes no debate.