O senador Davi Alcolumbre, presidente do Congresso Nacional, cumpriu no Amapá, durante o período do recesso do Carnaval, uma agenda que não há precedente na história política do Estado.
As reuniões havidas no último dia de toda a programação refletiu todo o esforço daqueles que acreditam que o Amapá é viável e que pode deixar os índices que refletem o atraso no desenvolvimento local.
Durante os primeiros dez dias de março o Estado foi movimentado com ações motivadoras e que começaram pelos municípios, quando prefeitos e vereadores foram chamados para conhecer as propostas do presidente, mas também apresentar as suas necessidades e dar indicações de solução para problemas que se arrastam há muito tempo.
Trazer obras inacabadas como a BR-156, a BR-210, a ponte sobre o rio Jari, o Hospital Metropolitano, o Hospital de Santana, para a ordem do dia é evidenciar interesse pelas obras estruturantes e não perder tempo com justificativas que visam apenas justificar o injustificável.
Para que esse contexto seja eficaz é importante haver a definição de quem está em condições de assumir a responsabilidade pelos serviços e pelas obras. De nada adianta se for mantida a preferência pelo caos até agora demonstrados, com alegações de que a responsabilidade pelo não feito ou pelo mal feito é sempre do outro.
Todos os agentes públicos precisam estar dispostos a interpretar o momento do Amapá como delicado, mas considerando a abertura que o momento oferece tendo um dos senadores do Amapá como presidente do Congresso Nacional.
Não dá para garantir que os atuais mandatários (governador e prefeitos municipais) têm o espírito público para compreender que a solução dos problemas do Estado ou do município que administram pode estar com um adversário político, mesmo que investido em um cargo nacional e com capacidade de contribuir para a solução de alguns dos problemas que se arrastam ao longo do tempo e por muito tempo.
Não precisa ser seletivo ou imaginar que os interesses pessoais ou de grupos possa superar os interesses coletivos e que possam resolver problemas que, já destacados, e de outros que precisam ser cuidados, uma vez que pode levar a contribuir com a melhoria dos índices sociais e econômicos desta Unidade da Federação.
Questões que ainda não foram tocadas, provavelmente por ser complexas e desafiadoras, como a questão da coleta do esgoto sanitário e o fornecimento de água tratada, precisam entrar no calendário de resolução para que se dimensionem as necessidades de recursos para ser aplicados nestes dois projetos.
Falar em desenvolvimento econômico sem o correspondente desenvolvimento social é um erro e uma frustrada empreitada como aquela que fez parte dos planos de governo, ao que parece, muito mais para atender a uma exigência da regra da eleição do que apresentar uma proposta séria de quem pretende eficiência na execução de um plano de interesse da população.
Trata-se de uma importante oportunidade e poderá ser abraçada por todos, evitando as preferências por este ou aquele município ou, mesmo, o atendimento aos interesses de um ou outro grupo político que está no poder ou a ele pretende chegar.
Por enquanto a realidade é a transpiração de poucos para uma plateia que não pode ser apenas de observadores, mas também, de executores dispostos a tratar os projetos como solução não para problemas do dia a dia, mas de médio e longo prazo.