Josiel Alcolumbre – Jornalista
DRT – 0000399/AP
A notícia divulgada na sexta-feira, dia 24 de maio, confirmando que o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região havia determinado o bloqueio de valores e bens no montante de quase três bilhões de reais, dos acusados de improbidade administrativa pela força-tarefa da Lava Jato, caiu como um “agora entendi” quando se busca explicar o sucesso dos partidos como o PSB e MDB nas disputas por todo o Brasil, mas, especialmente, no Estado do Amapá.
Segundo o Ministério Público Federal “o bloqueio foi determinado ao se reconhecer a procedência de recursos contra decisão proferida na ação civil pública de improbidade administrativa movida pela força-tarefa da Lava Jato do Ministério Público Federal do Estado do Paraná e Petrobrás e da Petrobrás”.
O Tribunal Regional Federal da 4.ª Região ressaltou a necessidade de “garantir a efetividade do resultado final da ação em que está sendo apurada a existência de um amplo esquema criminoso, com prejuízos expressivos para toda a sociedade”.
O Tribunal pontuou ainda a existência de fortes indícios de um amplo esquema criminoso, com prejuízos expressivos para o erário.
Apenas do PSB foram bloqueados exatos R$ 816.846.210,75.
Do MDB, apenas do Diretório Estadual de Rondônia, e dirigentes ou filiados foram bloqueados R$ 1.894.115.049,55. Também foram bloqueados 3% do faturamento da empresa Queiroz Galvão e de ex-parlamentares, parlamentares atuais, além de espólios de políticos.
O MDB, sob o comando de José Sarney, se constituiu, ao longo do tempo, no principal apoiador de todas as disputas do PDT, inclusive com episódios que, até agora, não foram esclarecidos, como o caso do avião que foi retido no aeroporto Alberto Alcolumbre, com um carregamento de dinheiro em espécie, às vésperas de uma das eleições.
O PSB sempre foi decisivo nas eleições no Estado do Amapá, elegendo candidatos para três mandatos de governador, um mandato de prefeito, seis mandatos de deputado federal, entre outros, sempre tendo fôlego financeiro para enfrentar os adversários com os quais dividiu com o PDT e aliados, até agora, 24 anos de supremacia na disputa pelo governo do Estado.
Cautelarmente, tanto o MPF, como a força-tarefa da Lava-jato e a Petrobras, no mesmo pedido de bloqueio de valores e bens, ressaltaram que as medidas não alcançam as verbas repassadas por meio do fundo partidário, que são consideradas impenhoráveis por força de lei.