Josiel Alcolumbre – Jornalista
DRT – 0000399/AP
Está, outra vez, o Governo do Estado tendo que conviver com indícios de corrupção e lavagem de dinheiro em um dos seus órgãos. Desta feita o Ministério Público do Estado colocou luzes sobre a Companhia de Água e Esgotos do Amapá e deflagra a Operação “Água Fria” no sentido de aprofundar as investigações sobre superfaturamento no fornecimento de material e serviço para a estatal.
Na intimidade da empresa estaria havendo, desde o ano passado, malversação do dinheiro do contribuinte envolvendo funcionários e dirigentes da CAESA e mais três empresas fornecedoras aqui mesmo do Estado do Amapá. Os mandados de busca e apreensão de documentos foram expedidos nesse sentido e buscados no gabinete do presidente da empresa e nas residências dos dirigentes, funcionários e fornecedores.
Há indícios fortes que precisam de mais provas para constituir o crime, conforme tipificado no Código Penal, na Lei da Improbidade Administrativa e na Lei das Licitações.
Apesar de o Governo do Estado contar com uma Controladoria Geral do Estado, com 110 funcionários ao custo de um milhão de reais por mês (conforme dados da folha bruta do Governo) e o Poder Legislativo dispor do Tribunal de Contas do Estado para se antecipar aos crimes decorrentes da corrupção, parece que o sistema como um todo está carcomido e ajustado para que haja a proliferação desse indesejável modo de governar um estado pobre e carente de comando.
O resultado administrativo que se obtém quando o método do fatiamento da administração é sustentado pelo “toma lá, dá cá”, certamente, está como esperado por aqueles que planejaram o modelo e o colocaram em prática.
O pior de tudo isso é que há uma espécie de contaminação na administração que começou com os escândalos no IMAP e IEF, agora chegando até à Caesa e, daqui a pouco, onde será que a “bolha vai espocar”? Ninguém sabe, muito embora já tenha gente apostando onde será.
O caminho dos dirigentes estaduais é muito difícil, quando o próprio governador e a deputada, esposa do governador, estão tendo que enfrentar problemas atuais na justiça. O mesmo se estende ao presidente da Assembleia, que tem tantos problemas judiciais para resolver que nem sabe por onde começar.