No rumo norte, trecho entre Calçoene e Oiapoque, nenhum movimento de máquinas e homes para iniciar a pavimentação.
Sem asfalto e com obras inacabadas, os condutores de veículos motorizados que precisam utilizar o trecho da BR-156 que liga Macapá aos municípios de Laranjal e Vitória do Jari, no sul do Estado, precisam enfrentar buracos e valas pelos mais de 200 quilômetros de extensão que tem o tramo sul da BR.
A situação só não é pior que daquilo que o condutor de veículo motorizado enfrenta quando se dirige para o município de Oiapoque, no norte do Estado, no trecho de 110km entre Calçoene e Oiapoque.
Vencer as dificuldades da rodovia não é fácil para ninguém uma vez que a situação precária da pista de rolamento não permite quem quer que seja garantir que vai chegar ao seu destino.
Chegar a Laranjal do Jari ou a Vitória do Jari é uma verdadeira aventura. Há a necessidade de vencer trechos completamente tomados por buracos e outros pela lama. Não tem explicação, para qualquer usuário da rodovia federal a situação em que se encontra a estrada.
A mesma (ou maior) dificuldade se enfrenta no sentido norte, quando o objetivo é chegar a Oiapoque, as dificuldades são tantas e o nível de perigo aumenta, encarecendo o transporte de mercadorias e pessoas para a cidade no norte do Amapá.
No sentido sul as rachaduras e valas perduram até a chegada em Laranjal do Jari, uma extensão de 265 quilômetros desde Macapá.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) é o responsável pelas condições da rodovia, tanto no sentido norte, como no sentido sul, e quando consultado dá explicações que não convencem mais com aqueles que informam que as empresas responsáveis pelos reparos estão em atividade na estrada, no entanto, fazendo apenas serviços de nivelamento de plataforma em pontos específicos.
Recentemente, no dia 27 de junho, a Polícia Federal deflagrou a Operação Pedágio que pretende desarticular um esquema de corrupção nas obras do Dnit no Estado do Amapá.
Fábio Vilarinho, ex-superintendente do órgão, e Odnaldo de Jesus Oliveira, que assumiu a unidade este ano, foram presos.
Segundo fontes do Denit/AP, as obras de revestimentos primários no trecho sul da BR-156 devem acontecer a partir do início de agosto, após cessar o período de chuvas no Amapá.
Essa informação nunca se confirma e por isso a BR-156 é conhecida como a rodovia federal inacabada com mais tempo desde que foi iniciada.

Lembrando
Em 2017, com a presença do Governador do Estado, do deputado federal Vinícius Gurgel e o ministro da Infraestrutura de então e outras autoridades locais, foi assinado convênio para que um dos lotes do tramo sul da rodovia BR-156 seria tocado pelo Governo do Estado e que já estaria disponível o recurso para cobrir as necessidades da obra.
São 4 lotes e, naquele momento da reunião foi anunciado quem tocaria cada um dos lotes. Como todos desconfiavam o anúncio foi apenas notícia e as obras não andaram.
O mesmo acontece com os 2 lotes do tramo norte, no trecho entre Calçoene e Oiapoque, que já foram emitidas mais de uma ordem de serviço para as empresas ganhadoras das licitações, mesmo assim as obras não andam.
Na reunião de 2017 no Palácio do Setentrião foi anunciado pelo superintendente do Denit e corroborado pelo governador e pelo deputado federal Vinicius Gurgel de que a pavimentação da pista seria realizada numa parceria entre Denit, Exército Brasileiro e o Governo do Amapá (tramo sul).
A rodovia foi dividida em quatro lotes, sendo dois de responsabilidade do Executivo estadual. Até o momento, nenhum serviço de asfaltamento foi iniciado.