A dúvida invadiu os consultórios depois que a primeira-dama Michelle Bolsonaro se submeteu à troca da prótese
Recentemente, a primeira-dama Michelle Bolsonaro passou por uma cirurgia de reposição de próteses de silicone nos seios. Mas, afinal, prótese de silicone tem “prazo de validade”? Quando é necessário trocá-las?
De acordo com os especialistas a troca deve ser realizada apenas quando houver alguma alteração ou demanda por parte da paciente. Antigamente se falava muito em prazo de validade da prótese, mas atualmente a maioria dos cirurgiões plásticos defende que a troca deve ser realizada apenas nesses casos.
Hoje as próteses das marcas renomadas podem ser mantidas pelo restante da vida do paciente. A tecnologia na confecção dos implantes vem melhorando e isso faz com sejam mais duráveis. Existem avanços tanto no processo de fabricação quanto no design do produto que melhoraram a resistência e diminuem a necessidade de trocas. A maioria das trocas que realizamos é por desejo de alguma melhora estética, muito mais do que por qualquer problema da prótese.
As razões estéticas incluem aumento ou redução do tamanho da prótese e ter passado situações que podem alterar a forma da mama, como gestação e oscilação de peso, depois da cirurgia. Muitas vezes, a prótese é trocada para se adequar melhor à nova condição.
Entretanto, mesmo com a maior durabilidade das próteses, há casos em que a troca é necessária por questões de saúde. Os motivos incluem complicações como contratura capsular, ruptura dos implantes, infecção e acúmulo de líquido (seroma). Sempre se recomenda ter em mente que uma vez que foi colocada a prótese, existe grande possibilidade de ser necessária uma nova cirurgia no futuro.
Contratura, calcificação e ruptura
A contratura capsular é o efeito colateral mais comum dos implantes de mama. Quando a prótese é inserida no corpo, forma-se uma cápsula ao redor dela devido a uma reação normal do organismo. Entretanto, com o tempo, essa cápsula pode endurecer e causar dor e/ou um aspecto distorcido. O processo pode acontecer no pós-operatório imediato ou anos depois da cirurgia e não necessariamente ocorre nos dois seios ao mesmo tempo.
Estima-se que 4% das próteses, durante um período de 10 anos, vão desenvolver algum grau de contratura, que pode variar entre 1 e 4. Nem todos os casos demandam operação e troca da prótese. Por isso, é necessário fazer um acompanhamento periódico com seu médico. Além disso, muitas marcas já oferecem garantia vitalícia da prótese. Isso significa que em caso de ruptura ou contratura, a prótese é substituída pela empresa e a paciente só precisa se preocupar com o custo da cirurgia.
A calcificação capsular é outro fenômeno que pode ocorrer devido ao acúmulo de cálcio. Ela pode ocorrer apenas em alguns focos ou de maneira mais difusa. Embora não sejam sinônimos, a calcificação pode ser uma evolução mais grave da contratura capsular. Já a ruptura da prótese é uma complicação mais rara, que acontece em menos de 1% das próteses, ao longo de 10 anos.