Rodolfo Juarez

A população do Amapá está vivendo um momento em que, simultaneamente se anima e se preocupa. Anima-se quando toma conhecimentos do volume de recursos federais, provenientes de emendas parlamentares ou do orçamento de ministérios do Governo Federal; fica preocupada quando olha para as cidades daqui do Estado e vê que pouca coisa está sendo feita e, quando em andamento, a velocidade com que o serviço é executado não transmite confiança e não está de acordo com o entusiasmo das autoridades durante os anúncios.
Os exemplos estão aos olhos de todos e podem ser enumerados dando um passeio pela cidade de Macapá, que completa 262 anos no dia 4 de fevereiro. Nem essa data anima os responsáveis pela execução para mudar o ritmo e alentar a população da cidade que quer ver mais ânimo no trato dos contratos com os governos estadual e municipal.
Tudo demora muito, mesmo dizendo que o dinheiro está disponível. Mesmo quando o contrato está assinado e a ordem de serviço dada, o ritmo das obras não muda e desafia a paciência dos moradores da região de influência onde se realiza a obra ou serviço e daqueles que precisam passar por perto.
A exceção, para confirmar a regra, está refletida nas obras que estão sob a gestão dos profissionais da Secretaria de Segurança Pública, através de um grupo de trabalho especialmente formado para acompanhar as obras que tem, na prática, a mesma origem das outras: são provenientes de emendas de bancada, emendas individuais, orçamento de fundos próprios e do ministério afim (Justiça e Segurança Pública).
A regra, infelizmente, fica por conta de outras importantes obras, como a que está com os serviços sendo executada na Avenida Feliciano Coelho que, apesar de que durante a execução dos serviços ser necessário fechar vias importantes do Bairro do Trem, a morosidade com que é tratada a obra irrita aos moradores das proximidades e a todos os que precisam utilizar aquela importante avenida.
Outra obra que também entra na mesma lista daquelas que andam com à mesma velocidade da preguiça real é a que está sendo realizada na Avenida Cora de Carvalho que, aliás, constou da lista das obras que vão custar 83 milhões de Reais, fazendo binário com a Avenida Padre Júlio.
Nessa obra da Avenida Cora de Carvalho, depois do lançamento das manilhas para coleta de águas pluviais, os serviços pararam e alguns desavisados da população já começaram a jogar lixo no começo da linha o que, certamente, dependendo de uma chuva mais forte, vai levar o lixo para o meio da tubulação e prejudicar o funcionamento de toda a linha.
Outras obras estão por ai, completamente paradas ou quase parando, como as obras complementares do Hospital de Clínicas Alberto Lima (HCAL), no centro da cidade que, desde 2015, quando assumiu o atual governador para cumprir o terceiro mandato, não avançam e se transformam em um problema para a população que não entende o motivo pelo qual isso ainda acontece em Macapá.
Em tempo em que a China constrói um hospital para mil leitos em nove dias, aqui no Estado do Amapá, muitas obras começaram há mais de 10 anos e ainda não estão prontas. Algo muito errado está incluído no processo de construção e execução de serviço de Engenharia no Estado do Amapá.
Até as obras urgentes perderam o sentido. Quem se lembra do prazo de 120 dias para executar a obra da ponte sobre a Lagoa dos Índios? E do preço inicial?