Rodolfo Juarez
Da mesma forma que são realizados trabalhos para possibilitar a internação de pacientes acometidos pela covid-19, há de se planejar o outro lado no qual também implicou, fortemente, o novo coronavírus: o fechamento das atividades consideradas não essenciais.
Primeiro elas não são essenciais para quem?
Para os comerciantes, camelôs, empreendedores individuais e tantos outros comerciantes a sua função é essencial, se não para atender às necessidades dos consumidores, mas para manter as necessidades das famílias que enveredaram pelo empreendedorismo, atividade incentivada pelas próprias autoridades, para diminuir a pressão sobre o emprego público.
São eles, agora, que estão desde o começo de março com suas atividades impedidas de serem exercidas e apenas com o Governo Federal abrindo uma fresta, oferecendo 600 reais para quem estava acostumado a dispor muito mais do que isso no final de um mês de trabalho.
Foram, assim, os empresários e os seus funcionários, os mais desfocados de todos os outros, principalmente pelos governos locais. Parece que interpretavam ou interpretam que essas pessoas podem ficar 90 dias sem comer e dar de comer para sua família.
Isolamento social, lockdown, fiscalização, multa, máscara, tudo em cima de empresários que davam e já não sabem se vão continuar dando empregos ou mesmo continuar trabalhando como empresário.
Os que administram as empresas que pagam aluguel a proprietários dos endereços dos muitos comércios em Macapá, estão, ou entregando o prédio ou sabendo que vão ter que negociar com os proprietários para não serem despejados, sem que as autoridades considerem um programa que possibilite atender os proprietários e os inquilinos.
A Polícia Federal tem tido muito trabalho fazendo cumprir mandados de busca e apreensão e até de prisão preventiva onde, de um lado sempre está um funcionário público, na maioria da saúde, e de outro lado sócio de empresas fornecedoras de material e/ou serviço para órgãos públicos.
Sempre no meio uma variedade de crimes tipificados no Código Penal Brasileiro e muito trabalho para as apurações que se seguem a partir da análise dos documentos apreendidos ou dos depoimentos dos investigados.
Durante esta semana precisa o governador do Estado reunir-se com os componentes do gabinete de crise para conversar com os comerciantes, os camelôs e os microempreendedores para receberem informações e reconhecerem a maldade que continua sendo feita contra esses empregadores e empregados do setor do comércio e serviço do Amapá, responsável pela construção de robusta fatia do Produto Interno Bruto (PIB) do Amapá.
Doutra forma, continuar ignorando esses empreendedores e os trabalhadores que empregam, pode não ter um desfecho de prejuízos apenas para o setor privado, mas e principalmente, para o setor público que também depende do desempenho das empresas consideradas, desde o começo de março, como desenvolvendo atividades não essenciais.