Rodolfo Juarez
Desde quando Jair Bolsonaro assumiu a Presidência da República, depois de um cenário caótico imposto pela Operação Lava Jato se propondo a desvendar, com forte viés midiático, as supostas irregularidades havidas durante os governos dos presidentes Lula, Dilma e Temer, que o Brasil passou a viver um dilema: de um lado o presidente votado e aprovado nas eleições de 2018 e, de outro lado, aqueles que se diziam injustiçados pela escolha feita pelos eleitores brasileiros.
Esse dilema foi acirrado quando o novo governo, comandado por Jair Bolsonaro, chamou para ministro da Justiça e Segurança Pública o juiz Sérgio Moro, uma das principais referências da Lava Jato, que já havia condenado o ex-presidente Lula e conseguido, com mudanças na interpretação da Constituição Federal pelo Supremo Tribunal Federal, levá-lo ao cárcere.
O inevitável embate atraiu parte da grande imprensa concentrada no sul do Brasil e avolumou a participação das redes sociais, aquela mesma que havia sido responsável pela eleição do presidente e, em consequência, combatido os modos adotados pelos governantes que tinham vindo imediatamente anterior.
Entre aqueles da grande imprensa, que aderiram ao processo de confronto estava e está a Rede Globo, que vinha de um processo que sempre deu certo em outros governos, como no caso da presidente Dilma, em que se constituiu uma espécie de porta-voz da população e dos outros poderes da República que a levou ao impedimento de continuar governando o Brasil.
Os confrontos entre a emissora do plin plin e o então candidato à Presidência da República aconteceram desde a campanha no programa símbolo da emissora, o Jornal Nacional. Como o candidato Jair Bolsonaro decidiu não participar dos debates políticos na televisão, restou à Rede Globo de Televisão fortalecer as entrevistas com os candidatos.
Estas entrevistas acabaram sendo um momento de confrontos e de ásperas discussões de problemas dos dois lados: um candidato desconhecido e uma rede de TV acostumada a ser protagonista exclusiva das discussões nacionais.
Aqueles momentos acabaram funcionando, ao ver do eleitor, de forma contrária aos resultados normalmente esperados pela emissora.
Vieram as eleições em primeiro e segundo turnos e o candidato “rebelde” acabou vencendo com uma votação espetacular, certamente havida muito mais pela fragilidade do adversário do que pelo potencial do vencedor.
Desde o primeiro dia do Governo o confronto entre o presidente e a emissora de TV acirrou agora contando com outros veículos da imprensa escrita. Mesmo assim as redes sociais deram a resposta ao ponto de profissionais, que nada tinham a ver com a briga entre os dois, serem agredidos em pleno desenvolvimento do seu trabalho.
Veio a pandemia e, ao invés de servir como instrumento para a união, serviu para aumentar a dissensão entre os dois adversários de primeira hora, com reais prejuízos para ambos.
As intervenções de terceiros não funcionaram, mas serviram para mostrar que o Brasil não pode ficar à mercê de um grupo midiático ou de uma administração sem escancaramento do que faz.
Os prejuízos acumulados devem ser compensados com a inteligência das pessoas e o equilíbrio da mídia, mesmo que para isso seja definido legalmente, até onde pode ir cada um com suas intransigências e com as suas raivas ou preconceitos.
O Brasil precisa de paz!
O povo brasileiro pede espaço para que todos se ocupem com o progresso e com a qualidade de vida da população.