Para a presidência da Câmara, no entanto, o governo conta com a possibilidade de lançar o atual ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSD), ao cargo.
O presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre, ainda confia na possibilidade de conseguir se reeleger para o cargo.
O pleito que vai decidir quem comandará a Câmara e o Senado nos últimos dois anos do atual mandato do presidente Jari Bolsonaro acontece apenas em janeiro do ano que vem, mas já movimenta o parlamento.
No caso do deputado Rodrigo Maia, que já preside a Câmara há seis anos, a ideia é escolher um aliado como sucessor. A questão, porém, é que um dos líderes do centrão, o deputado Arthur Lira, do Progressistas, se aproximou do governo recentemente, o que pode garantir um eventual apoio do Palácio do Planalto na disputa.
O governo também conta com a possibilidade de lançar o atual ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSD). Ele está licenciado do mandato de deputado, mas pode reassumir o cargo para disputar a presidência da Câmara, caso seja essa a escolha do presidente Jair Bolsonaro.
No senado, Alcolumbre é visto por todos como candidato à reeleição, o que acaba inibindo o lançamento de outras candidaturas no mesmo campo político.
De qualquer forma, senadores como os emedebistas Eduardo Braga, que é líder da bancada, Eduardo Gomes, que é líder do governo, e Simone Tebet, presidente da Comissão de Justiça, aparecem como possíveis candidatos ao cargo.
Todos sabem, no entanto, que a recém aproximação de Alcolumbre com o governo faz com que ele saia na frente nesta disputa. O cenário só será conhecido após a definição sobre se o atual presidente do senado poderá concorrer a reeleição. Na prática, essa manobra é vetada pela constituição. Mas, por algumas vezes, foi contornada.
Como pelo próprio Rodrigo Maia, que conseguiu se reeleger presidente da Câmara após argumentar que não havia sido eleito para o cargo, e sim assumido o posto deixado por Eduardo Cunha, que teve o mandato cassado pelo Conselho de Ética da casa.
No caso de Alcolumbre, esse trabalho de convencimento precisará ser atestado ou por uma mudança na Constituição, que viria por meio de uma PEC, ou a partir de um parecer jurídico assinado por advogados e referendado pelo Supremo Tribunal Federal.
A estratégia do senador é viável, mas, caso não seja aceita, pode prejudicar os planos do Democratas, partido que, atualmente, tem o comando das duas casas do legislativo. Fontes dizem, inclusive, que esse assunto tem contribuído para um afastamento entre Maia e Alcolumbre, que têm pretensões políticas diferentes para os próximos dois anos.