Rodolfo Juarez
Desde o último final de semana que tem aumentado a procura, por parte da população macapaense, aos centros de covid mantidos pela Prefeitura de Macapá, em uma clara demonstração de que o vírus, que havia arrefecido seu ataque, está de volta desafiando as autoridades e as pessoas de uma forma geral.
Os testes rápidos estão indicando a necessidade de aprofundar as investigações sobre a doença e revivendo a interpretação que já estavam em descanso. Os centros que marcam a entrada dos pacientes no sistema estão lotados.
Este cenário levou as autoridades da gestão pública do Estado e do Município de Macapá a tomarem uma decisão no sentido de evitar, por um tempo, a aglomeração de pessoas, uma vez que esta situação é a que mais aproxima as pessoas saudáveis do covid daqueles que, mesmo sem saber, já estão hospedando no corpo o novo coronavírus.
Essa medida afeta um dos símbolos da democracia – a campanha eleitoral. Esse símbolo é gerenciado por legislação eleitoral através da Lei das Eleições, o Código Eleitoral e as Resoluções baixadas pelo TSE.
Mesmo assim, a proteção à vida e à saúde do povo é, dentro dos limites administrativos, uma obrigação dos gestores e foi o que fez o prefeito de Macapá e o governador do Estado.
A suspensão é uma necessidade. Não havia dúvida para ninguém.
O fato é que, desde o dia 28 de outubro até o dia 3 de novembro estão proibidas as aglomerações, inclusive aquelas provocadas pelos eventos de campanha política como bandeirada, passeata e carreata.
Esta medida implica diretamente no planejamento de campanha, uma vez que as coordenações programam atingir todos os locais da cidade onde se concentra o maior número de eleitores e, certamente, nesse momento em que há o afunilamento da campanha, os locais que constam da programação, ou serão deixados pra lá ou, a partir do dia 4 serão realizados os eventos de forma acelerada.
Logo no início algumas coordenações de campanha divulgaram que as medidas tomadas não tinham cobertura legal e ameaçaram com recursos aos organizadores da eleição para que continuassem com a campanha, independente do resultado que poderia provocar contribuindo para a proliferação da Covid-19.
O bom senso prevaleceu. Os ânimos se acalmaram com os que ameaçavam recorrer consideraram a questão com o que poderiam interpretar os eleitores que ficaram se perguntando: “esse candidato sabe mesmo o que é ser prefeito ou vereador”.
Para não restar qualquer dúvida, principalmente para o eleitor que está sendo convocado para no dia 15 de novembro comparecer para votar, houve também recuo nas medidas que já haviam sido ampliadas recentemente. Os horários de funcionamento recuaram pela primeira vez, deixando as atividades empresárias em um marca passo arriscado para o futuro do seu negócio.
É importante considerar que a volta da procura dos pontos de atendimento da covid-19 não se concentram apenas em Macapá. Outros municípios estão vivendo os mesmos problemas e é por isso que o decreto do Governo do Estado vai dar condições para que sejam tomadas as providências pelos prefeitos daqueles municípios do interior.