Josiel Alcolumbre
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A nuvem que sombreia a gestão dos recursos públicos, principalmente no Poder Executivo, está carregada de falta de coerência, falta de moralidade, desrespeito ao contribuinte e da possibilidade do nivelamento por baixo.
Os diversos níveis de governo se espelham entre si, no que mais aético é possível produzir de maus exemplos que são seguidos, e incrivelmente aprimorados, pela capacidade inventiva daqueles que prometeram ter a responsabilidade de estancar o modelo e com adoção de novos caminhos, e que limpariam as administrações dos vícios e dos desperdícios que flagelam a população e a gestão.
São tantos os problemas identificados nas gestões que há uma espécie de exportação de modelos para experimentos nas gestões que ainda não estão contaminadas ou ainda não respiram o ar da irresponsabilidade e da incoerência com as regras próprias da administração.
Há uma espécie de intercâmbio entre as gestões, mesmo quando de esferas e ambientes administrativos diferentes.
A capacidade de reproduzir erros – sabidos e reconhecidos – é impressionante, com os responsáveis entendendo que podem, desde que aliados aos que produzem as regras, o Legislativo, seguir sem ser observado pelo cidadão ou alçando pelos órgãos de controle.
Assim é que os chefes dos executivos, com raras e importantes exceções, entendem que parte do resultado dos tributos arrecadados pode financiar o custeio do que se chamam residência oficial e que se confunde com o local onde os mandatários tomam café, almoçam, merendam e jantam, além de realizar recepções, inclusive em comemoração a aniversários.
A estrutura de pessoal, todos pagos pelo erário, e a quantidade de alimentos e bebidas adquiridos e consumidos fica sempre muito acima do que se espera para uma residência comum, mesmo sendo de um mandatário.
Pois bem, a impressão é que essa onda de gastança por conta do contribuinte é como se fosse de contágio, pois quem já a tem quer mostrá-la mais grandiosa, e quem ainda não tem é cooptado para querê-la nos mesmos moldes e com os mesmos custos.
O município de Santana, mesmo já disfarçando o uso do erário para financiar os custos da residência, dita oficial, do mandatário, agora quer legalizar, através de regra aprovada na Câmara de Vereadores do Município, o procedimento “que os outros já tomam”, resume o requerimento.
Lembre-se que o a população nem sabe disso e que os seus representantes, os vereadores, estão com a responsabilidade de dar a palavra final para que a população dispense parte do orçamento do município para custear a comida e a bebida da “residência oficial”.