Por Fernando França
A Operação Concórdia deflagrada pela Polícia Federal contra facções no Amapá nessa quarta-feira, 9, pode estar ligada as denúncias feitas pelo senador Davi Alcolumbre (DEM) durante o apagão de novembro do ano passado.
Não é comum a PF investir em operações em áreas de responsabilidade do Estado. Segundo informações da PF, a ação seria para desarticular uma facção cujas ações eram planejadas e ordenadas de dentro da penitenciária amapaense, órgão de jurisdição do governo estadual.
Durante o apagão ocorrido ano passado, protestos populares explodiram por vários cantos da capital Macapá comprometendo a realização das eleições municipais. Segundo o então presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE/AP), Rommel Araújo, à época, disse que o adiamento do pleito seria por “falta de segurança” nas seções eleitorais.
Informações dos setores de inteligência tanto do governo federal quanto do governo amapaense, davam conta de que pessoas ligadas a organizações criminosas que atuam no Amapá estariam executando ordens de dentro da penitenciária para comandarem protestos contra o apagão e também direcionados ao governo estadual e políticos locais.
A denúncia também foi feita pelo então presidente do Senado, Davi Alcolumbre, durante programa de rádio naquele período. Como então presidente do Senado, Alcolumbre disse ter obtido informações dos órgãos de inteligência e reforçou a denúncia relacionadas aos protestos. E disse mais, que ações criminosas estavam sendo planejadas para serem executadas no dia eleição.
O ministro presidente do TSE, Luis Roberto Barroso, também realçou as denúncias sobre instabilidade das eleições naquele momento em Macapá. A insegurança citada pelas autoridades locais e federais, podem ter levado a Polícia Federal a planejar e executar a operação “concórdia” que cumpriu mandados em Macapá e Santana.