Rodolfo Juarez
Será possível que nenhum daqueles mandatários, eleitos pelos eleitores amapaenses, especialmente o governador, o vice-governador, o prefeito e a vice-prefeita perderam a audição ou estão preferindo, nesse momento de alta crise social, quando escolhem ignorar as consequências das medidas que tomam em nome da saúde e olham para as estatísticas e veem que estão procedendo de maneira que não ameniza as mortes, ao contrário, multiplicam o medo.
Não percebem que estão levando a população ao pânico, ao desespero, ao sofrimento, tanto pela perda de entes queridos como pela falta de condições para comprar o pão de cada dia. Os pais de família estão sendo abatidos da vida, devagarzinho, pelo ataque no corpo e na alma por não poder atender às necessidades dos filhos, ou dos pais, ou daqueles que assumiram a responsabilidade de alimentar e morar.
Quando a maioria da população pergunta se é preciso copiar os modelos de restrições adotadas pelos grandes centros, cujas populações estaduais são contadas aos milhões, a economia aos bilhões e o PIB aos trilhões, não respondem e adotam nos municípios do Estado do Amapá, os mesmos modelos que o tempo está mostrando a ineficácia e impossibilitando de alcançar os resultados prometidos, mas trazem resultados nefastos, cruéis, irresponsáveis, adversos, infaustos, fatais, perigosos, peçonhentos, nojentos, maus, malignos, malvados, lesivos, iníquos, graves, desastrosos, prejudiciais, perversos, desfavoráveis e danosos.
Sabem os ordenadores das despesas públicas que do nosso povo a imensa maioria é pobre e sem alternativa. Afinal de contas basta ler o que publica o IBGE para entender a gravidade da situação, mesmo assim tentam isolar toda a população em casa, com os filhos sem ter o que comer, às vezes culpando o pai ou a mãe, provocando desmonte da família.
Enquanto isso, aqueles que recebem um bom salário, em geral funcionários públicos que escolhem as alternativas que não estão dando certo, entre eles o governador do Estado, o prefeito municipal, o vice-governador, a vice-prefeita, entendem a falta de produtividade e do trabalho, como um recesso oportuno para desfrutar de sua boa casa, do seu bom terreno, ou viajar como se tudo estivesse em normalidade.
É cruel demais esta situação.
Quando os decretos governamentais ou municipais saírem, lembrem-se daqueles que estão sem dinheiro para comprar um pão careca. Se lembrem de também que muitos desses ficam sem sair para trabalhar impedidos pela ordem desastrada e em uma “casa” de dois cômodos: uma cozinha e um quarto.
Antes de assinar qualquer decreto pensem nesta parte da população. Não a ignorem. Saibam que essa população precisa ter o que comer. Não criem embaraços, não piorem as condições dessas famílias que sofrem muito mais que as excelências que são os responsáveis pelos decretos.
Além de tudo isso, é essa população que parece não contar com a representação que legitimou pelo voto, principalmente os senhores vereadores e os deputados estaduais. Senhores dirigentes do Estado e dos municípios amapaenses, não assustem mais a população que está vendo seus parentes morrerem e seguirem com o trauma permanente na vida.
No Amapá a falta de leitos hospitalares é histórica. Não fosse o HU a lista de mortes seria maior. Pensem nisso e ouçam o povo antes de decidir. Copiar, não.