Fernando França
A aplicação da segunda dose da vacina para idosos na idade entre 60 e 69 anos com atraso de até 15 dias, foi marcada pelo tumulto e desorganização. Mesmo com senhas em mãos, muitos idosos ficaram sem o imunizante. O fato ocorreu na quinta-feira, 6, no posto de saúde São Pedro, na zona sul da cidade.
O ministério público estadual, através da promotoria de saúde, visitou o local e constatou desorganização e a falta de distanciamento social entre os idosos que esperavam em grandes filas, alguns deles sentados no chão.
Na última sexta-feira, 30, o MP havia reunido com diretores da secretaria de saúde do município pedindo organização e planejamento na vacinação de idosos, mas a promotora do MP, Fábia Nilce, em comunicado à imprensa, disse que “mais uma vez o município de Macapá descumpre orientações das instituições que fiscalizam a execução do plano nacional de imunização”, disse a nota.
“É triste a situação que nos deparamos na UBS São Pedro. (…)Nós orientamos que a vacinação fosse feita em outras UBS, não só na São Pedro, e que as pessoas fosse chamadas por data de segunda dose não cumprida”, disse a promotora.
Também foi registrado pela imprensa local que muitos idosos ficaram sem a segunda dose da vacina CoronaVac, da qual tinham sido destinadas apenas 400 doses para atender idosos na idade entre 60 e 69 anos de idade. O caso gerou revolta no local e nas redes sociais pelo fato do atraso na aplicação da segunda dose chegar a até 15 dias.
Um dos casos registrado foi o da idosa Fátima Cardoso, de 65 anos, cuja segunda dose deveria ser aplicada no dia 23 de abril, mas ficou sem a vacina e sem completar o ciclo de imunização conforme é prescrito nas referidas bulas de cada vacina.
A filha de dona Fátima, Kelly Souza, ficou indignada com o fato. “”Pegamos a senha 178, imaginei que fosse uma diferença grande de horário. Então fomos para casa almoçar e retornamos, quando chegamos não tinha vacina, por volta de 13h”, protestou à imprensa.
O mesmo aconteceu com a idosa Maria do Socorro, de 66 anos, que deveria ter tomado a segunda dose da CoronaVac do dia 22 de abril, e mesmo com a senha de número de 94 ficou sem a imunização. “É muita falta de respeito”, reclamou a idosa.
Questionada pela imprensa, a prefeitura de Macapá se limitou, em nota, a dizer que os idosos que ficaram sem o imunizante devem procurar o posto de saúde para tomarem a segunda dose. Non entanto, não explicou o motivo da falta de vacinas para pessoas mesmo com senhas e nem o que vem causando tanta desorganização.