Fernando França
Desde quando assumiu, o prefeito Antônio Furlan vem patinando em sua gestão frente ao município de Macapá. Durante esses seis meses, ainda não encontrou o caminho e vem causando um mar de indignação entre servidores, população e seus próprios aliados.
Como se não bastasse ter que administrar disputas internas e uma gestão cheia de falhas e atropelos, interlocutores próximos a Furlan dizem que o que vem fazendo o prefeito perder o sono não é a gestão municipal, mas sim os processos judicias que ligam a fake News e compra de votos, instaurados durante a campanha eleitoral de 2021e que podem lhe tirar o mandato.
Os tropeços da atual gestão iniciaram com a exoneração dos conselheiros tutelares, cujos mandatos eletivos são proveniente de processo eleitoral no qual gestor nenhum pode ter interferência. O caso deu o que falar nas redes sociais.
Logo após vieram uma sequência de falhas, entre elas o alagamento do centro da cidade causada pelo esquecimento do fechamento da comporta do canal da Avenida Mendonça Junior, causando enormes prejuízos aos lojistas da área comercial do centro de Macapá.
Cortes nos rendimentos dos guardas municipais também foram motivos de muita reclamação nas redes sociais. Parte da corporação chegou a invadir o sede da prefeitura em manifestação contra a decisão.
Mas foi na área da saúde em que Furlan mais sofreu derrotas. Vale ressaltar que, como médico, Furlan usou a saúde como o seu principal mote de campanha – “de saúde eu entendo”, dizia ele.
A última notícia comprometendo a gestão da saúde municipal é sobre o abandono da UBS Fluvial Drª Celia Trasel, chamada de “A doutora”. O equipamento público foi inaugurado no início de 2019 e estava em funcionamento até dezembro de 2020. Esta semana ela foi descoberta abandonada num porto fluvial no rio Matapi.
Mas indignação dos usuários do sistema municipal de saúde iniciou com a falta de medicamentos nos postos de saúde de Macapá e continua até esta data. A maior reclamação nesse sentido foi a falta de remédios básicos, como os indicados para controle de pressão arterial.
Corte de adicionais na remuneração de profissionais da saúde e caos na vacinação de idosos contra a Covid-19 estão entre os itens mais reclamados pela população. A falta de planejamento e organização na imunização de pessoas acima dos 60 anos de idade, levou o Ministério Público do Amapá (MP/AP a emitir várias recomendações ao Município, mas nenhuma delas foram seguidas pela atual gestão.
A vacinação de idosos virou um caos devido a falta de organização e planejamento da atual gestão muitos idosos deixavam de tomar o imunizante por falta da vacina, mesmo após passarem várias horas na fila, além da aglomeração nos postos de saúde e pontos de vacinação.
Ainda sobre o programa de combate a pandemia, os decretos instituídos pelo Governo do Estado com medidas restringindo atividades sociais e econômicas, como forma de combater a pademia, foram desobedecidos pelo atual prefeito. O MP/AP também chegou a recomentar a revisão de decretos municipais, mas novamente não foi atendido.
Para esquentar ainda mais a sua chapa, Furlan vem tentando administrar as disputas internas entre os caciques de seu governo e que estão corroendo sua gestão. A briga entre os seus aliados chegou a imprensa através de denúncias sobre nepotismo e má gestão do orçamento público.
As promessas de campanha compõem também o rol de problemas que vem trazendo dor de cabeça ao prefeito de Macapá. Até o momento, por exemplo, não foi apresentado nenhum projeto para a geração dos 80 mil empregos prometidos durante a campanha. Vale lembrar, quer todas as obras e projetos que vêm gerando emprego e renda são da gestão anterior, do ex-prefeito Clécio Luis.