Fernando França
O estopim da crise na cultura de Macapá, o Edital 001/2021, e que levou o DJ Alain Cristophe a pedir exoneração do cargo de presidente da Fumcult, foi cancelo. O caso, que ocupou a mídia na última semana, teve sua reviravolta na última sexta-feira, 24, após intensas manifestações de artistas contra a gestão de Cristophe, a qual acusam de ter manipulado os resultados do Edital para beneficiar pessoas alheias ao setor cultural.
Ao entregar o cargo, na tarde de sexta-feira, 24, Cristophe saiu atirando, alegando não saber “lidar com esse tipo de gente”, disse ele a imprensa. “Essa gente se revolta por não poder manipular recursos a vida inteira. Então, não é pra mim. Quero paz”, teria desabafado o ex-presidente.
Cristophe também teria atribuído sua saída do cargo a uma suposta “oposição” dentro da gestão municipal, que estaria trabalhando para desgastar sua gestão. Segundo ele confirmou a imprensa local, seria “uma menina que trabalhou na campanha para ser diretora-presidente” da Fumcult, e que continuou mesmo após Cristophe assumir o cargo.
A crise na cultura que levou a o DJ Alain Cristophe pedir para sair, iniciou com a publicação do Edital 001, o qual os artistas indicaram haver erros. Foram quatro erratas publicadas até a divulgação dos resultados, que se transformou no estopim de manifestações tanto em frente ao prédio da Fumcult quanto na frente da Prefeitura de Macapá, onde os artistas fizeram uma intervenção despejando sal de cozinha em frente ao prédio, numa alusão a campanha eleitoral de Furlan.
Os artistas acusaram a gestão de ter favorecido pessoas de foram do movimento cultural, com projetos de produção cultural que seriam financiados pelo Fundo Municipal de Cultural, cujo valor é demais de R$ 700 mil. Cristophe admitiu ter havido erros no processo de seleção de projetos e, artistas com mais de 30 anos produzindo cultura teriam ficado de fora, mas nada teria sido intencional. Até a manhã desse segunda-feira, 27, nenhum nome ainda tinha sido indicado para ocupar o lugar de Cristophe.