Rodolfo Juarez
Estão preparando dois momentos para modificar o trânsito na cidade de Macapá: um representa evolução; outro, representa retrocesso.
Não adianta, depois, os técnicos do município, no caso engenheiros de trânsito e tráfego, apresentarem desculpas pelos erros cometidos, pois, alguns desses erros, como o que está bem próximo de ser consumado, não tem perdão.
Não adianta, depois, culpar o gestor pela sua imprudência ou exigência. Neste caso, a última palavra é do engenheiro, do técnico.
Pois bem, as duas propostas que logo se tornarão realidade são: fazer funcionar o binário viário das avenidas Padre Júlio Maria Lombaerd e Cora de Carvalho e voltar a trafegar ônibus pela Rua Cândido Mendes.
A primeira proposta vem deste 1974 quando a Fundação João Pinheiro, de Minas Gerais, apresentou o Plano de Desenvolvimento Urbano de Macapá, Santana e Porto Grande, ao então prefeito Cleiton Figueiredo de Azevedo, nomeado pelo governador do Território Federal do Amapá.
Naquele momento a Avenida Cora de Carvalho era alagada e tinha partes de ponte, necessitaria ser construída, com um sistema de drenagem de águas pluviais adequado para que não ocorressem os alagamentos que, até recentemente eram constantes durante o período das chuvas, tendo repercussão do problema, inclusive, na Avenida Padre Júlio Maria Lombaerd.
No final do segundo mandato do prefeito Clécio Luís, no ano de 2020, finalmente a população foi informada que a drenagem fora concluída, depois de 46 anos de comprovada necessidade.
Segundo as informações da própria Prefeitura de Macapá aquela via, a Cora de Carvalho, estava em condições de receber o asfalto que recebeu e com o sistema de águas pluviais funcionando, o que precisava e precisa ainda é de um “teste in loco”, com as chuvas do período 2021/2022.
A segunda proposta, segundo informações da própria Prefeitura de Macapá, é uma reivindicação da Federação do Comércio que, na qualidade de porta-voz dos comerciantes cujas lojas têm frente para a via reivindicaram autorização da prefeitura, através do seu órgão técnico, a CTMac, que autorizasse os ônibus urbanos voltar a trafegar pela Rua Cândido Mendes, pois, assim, entendem, haveria maior fluxo de pedestres e, consequentemente, de clientes, com possibilidade de provocar aumento nas vendas nas lojas localizadas na Avenida Cândido Mendes.
Destaque-se que a Rua Cândido Mendes é uma via de caixa estreita, com testada média de 20 metros, o que permite o planejamento de apenas duas pistas de rolamento, considerando que tem estacionamento dos dois lados, não tem acostamento e a calçada precisa ter, no mínimo, três metros livres para a circulação de pessoa.
Outra situação que precisa ser observada é a condição atual da estrutura da ponte sobre o Canal da Mendonça Júnior que, seguramente, não está com laudo técnico recente que garanta que a estrutura da ponte tenha condições de receber carga de ônibus urbano lotado.
A ponte tem mais de 50 anos, foi construída antes do Canal da Mendonça Júnior.
Tomara que os técnicos da Prefeitura de Macapá e da CTMac tenham certeza no que estão fazendo, liberando circulação de ônibus na Rua Cândido Mendes, onde também tem um sistema de drenagem antigo, mas que ainda funciona.
Será que aguenta a carga?