De olho nas eleições de 2022, deputados negociam alianças estaduais e trocam de partidos antes do pleito.
Na reta final da janela partidária, políticos se apressam para negociar as últimas alianças estaduais de olho nas eleições de 2022. Os últimos levantamentos indicam que 122 deputados federais trocaram de partido entre os 513 deputados da Câmara Federal
A janela partidária terminou na sexta-feira com 122 trocas de partido entre os 513 deputados federais que integram a Câmara dos Deputados, 23,78% dos parlamentares, deputados federais.
Nos estados do Amapá e de Roraima nenhuma parlamentar trocou de partido.
As legendas que mais cresceram foram as do Centrão, como o PL, que se tornou a maior bancada da Câmara. O número é superior ao dos petistas, com 56 congressistas, que têm a segunda maior bancada da Casa.
Os parlamentares tiveram até 23h59 da sexta-feira, dia 1.º de abril, para migrar para outras siglas. De acordo com o levantamento do Jornal Aqui Amapá, o PL ficou com a maior bancada, o PT com a segunda e o PP com a terceira.
Tradicionalmente, os partidos apostam no lançamento de candidatos ao Palácio do Planalto para ampliar a gama de nomes e conquistar o maior número na Câmara. Mas, em algumas situações, a estratégia não se cumpre. Como é o caso do Podemos, sigla escolhida anteriormente pelo ex-juiz Sergio Moro, antes pré-candidato à presidência, que agora anunciou a ida ao União ao Brasil.
Até o momento, nenhum partido deixou de existir na Casa. Com apenas uma deputada, Joenia Wapichana (RR), a Rede segue sendo o menor partido – o deputado Túlio Gadelha, que era do PDT de Pernambuco, anunciou que seguiria para a Rede, mas o registro ainda não consta do sistema do Legislativo.
A previsão, segundo André Santos, é que haja menos partidos na Câmara para 2023. Isso ocorre devido às novas regras eleitorais, como o fim da cláusula de barreira e das coligações, que mantém fortes partidos maiores e ameaças os nanicos, como Psol, Rede e Novo.
Os dois primeiros avançam na formalização de uma federação. “Já o Novo enfrenta resistências ideológicas, por não ter tanta proximidade de um projeto político de outras legendas”, justificou o especialista.