Rodolfo Juarez
Mais uma vez o trecho da Rodovia Perimetral Norte, que liga a sede do município de Porto Grande com as sedes municipais de Pedra Branca e Serra do Navio está precisando de recuperações em vários trechos que colocam a vida do condutor e passageiros em risco iminente.
Mesmo com os cuidados redobrados e utilizando veículos reforçados, a situação de perigo naquela rodovia persiste.
O DNIT, órgão do governo federal responsável pelas estradas brasileiras e, assim, pela Perimetral Norte, não consegue explicar o que realmente acontece para que os pouco mais de 100 km daquela rodovia federal que permaneceram em uso, ainda não foram construídos e se mantém com terraplanagem emergenciais e substituição constante de pista de rolamento, com um material que já se mostrou inadequado e muito perigoso.
Os aterros das áreas baixas e os cortes nas áreas mais altas, até que chegaram a ser feitos, entretanto, o tempo disforma e destrói tudo, dá oportunidade para que o abandono do trecho se torne marco de fim de vida para muitos daqueles que precisam utilizar a rodovia, desafiando o perigo e, em algumas vezes, não podendo fugir deles e se tornando vítima da (ou na) rodovia.
Desde 1972, quando se pensou em uma solução transnacional, projetando uma rodovia para ligar o Brasil, a partir do centro geográfico do então Território Federal do Amapá, com as então Guianas francesa, inglesa e holandesa, chegando até a Venezuela, interligando assim, o que ficou conhecido como o Arco Norte para o Desenvolvimento.
A rodovia Perimetral Norte, como desenhada, seria um meio para escoamento dos minerais que existem em abundância nas províncias minerarias contidas, principalmente, nos municípios de Pedra Branca e Serra do Navio.
A rodovia, que tinha o marco zero na sede do hoje município de Porto Grande, tinha, como ainda tem, ligação com a BR-156, de onde saia, rumo Norte, a partir do centro do Amapá, chegando até as aldeias dos índios Tucanos.
Lá, na aldeia dos Tucanos, parou. Aliás chegou apenas a implantação, que, aos poucos foi sendo inviabilizada pelo tempo, afinal são mais de 50 anos, sem qualquer serviço que levasse a rodovia ao status de construída.
O perigo se aproximou da BR-156 e da sede do município de Porto Grande devido a não realização de um trabalho que permitisse um tráfego seguro de veículos de passageiros e carga.
Os aterros, de mais de 10 metros de altura, estão sendo carregados pelas chuvas constantes, há muito tempo. A recuperação não é tão fácil e já consumiria muito dinheiro. É preciso uma verdadeira restauração da Rodovia, senão os usuários que precisam da estrada, vão continuar morrendo e as famílias lamentando.
Para não ser assim, optam por abandonar a região, não mais ir até lá, onde fora considerada a mais promissora de todas as áreas do Amapá, por ter subsolo rico em minerais, em variedade, e um dos melhores climas do Amapá.
A Perimetral Norte está com a bandeira levantada onde se lê: “socorro, preciso de ajuda”.