Decisão acolheu pedido do Ministério Público Eleitoral e as candidatas, se condenadas pela conduta, podem perder o mandato.
O Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE/AP) manteve, por unanimidade, a decisão que determinou o bloqueio de R$ 200 mil da conta de campanha de Marília Góes (PDT), e de R$ 150 mil de Alliny Serrão (DEM), ambas candidatas ao cargo de deputada estadual.
Os julgamentos ocorreram nas sessões do pleno do TRE/AP de quinta-feira (4) e de sábado (6). Os acórdãos, que julgaram procedentes as ações do Ministério Público Eleitoral e negaram os recursos das candidatas, estão publicados na página de acompanhamento de processos do TRE/AP.
O bloqueio dos valores decorreu de duas ações cautelares preparatórias de Ação de Investigação Judicial Eleitoral ajuizadas pelo MP Eleitoral.
Nas peças, a instituição narra que as candidatas receberam os valores irregularmente doados pelo Partido da República, também réu na ação. Contudo, o PR não compõe sequer as coligações das quais as duas são integrantes.
O recebimento direto de doação em dinheiro de pessoa jurídica é vedado pela Lei Eleitoral. Nesse sentido, as decisões reforçaram que “a doação recebida pelas candidatas, além de reverter a lógica do sistema de financiamento dos partidos políticos, por ter sido efetuada por partido que não tem qualquer relação com a candidata, configura doação de fonte vedada”.
Alliny Serrão, Marília Góes e PR vão responder a processo por captação ilícita de recursos para fins eleitorais.
As candidatas, se condenadas pela conduta, no caso de serem eleitas, podem ser punidas com a negação do diploma ou a cassação dele, se já tiver sido outorgado. Já o partido, deverá pagar multa.