A reeleição de Waldez Góes e a eleição de Jair Bolsonaro colocam o Governo do Estado do Amapá, a parte mais vulnerável do conjunto, em um cenário difícil e que precisa ser muito bem cuidado para que o Estado não se transforme em um “tacho de desculpas” dos administradores enquanto o tempo passa e é perdido.
Os últimos quatro anos, apesar da propagando do Governo dizer outra coisa, foi de retrocessos em áreas que precisavam ganhar espaço no mercado e dar oportunidade de emprego para a crescente população do Estado do Amapá.
O atual governador tem razão quando reclama de áreas que foram prejudicadas pelo modo de administrar adotado pela cúpula do Governo no quadriênio 2011/2014, mas não tem razão quando justifica o fraco desempenho em áreas como a saúde, a segurança e o meio ambiente.
O chefe do governo que assumiu em 2015 e que foi reeleito em 2018 para mais quatro anos de mandato tinha como principal objetivo a renovação do mandato e, para que isso fosse possível, “negociou” com pessoas, partidos e grupos que impuseram gestores com o objetivo de fazer renda, pouco importando o resultado final obtido.
Negociou a Caesa, a CEA, a Secretaria de Transporte, a Secretaria da Fazenda, todo o sistema de licenciamento ambiental estadual, para manter densidade de eleitores que pudessem configurar margem de votos que tivesse possibilidade de garantir a renovação do mandato. O resultado esperado era esse!
Manteve um alto nível de funcionários públicos com contratos precários por precisar deles para fazer as bandeiradas, pouco importando com o sinal de alerta aceso pelos controladores da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Alcançou o objetivo elegendo-se, pela quarta vez e pela segunda vez consecutivamente, para o cargo de Governador do Amapá, desta feita tendo a “lona protetora” do empresário Jaime Nunes, vice-governador.
Acontece que, para comandar o Brasil, o eleitor elegeu um político radical, de forte tendência conservadora, próximo da extrema direita, exatamente o oposto da experiência do governador do Amapá.
Por causa disso, algumas perguntas se impõem:
Saberá o governador Waldez administrar essa diferença de linguagem?
Terá pique e paciência para percorrer desde a extrema esquerda, espaço que conhece, para alcançar a extrema direita?
É preciso ter e confiar nos filiados nos diversos partidos que tenham mandato, que estejam dispostos a trabalhar em conjunto com o Governo e, se bem organizados, poderão servir de caminho para a jornada que precisa fazer e garantir resultados bons para a população do Amapá, exatamente como prometeu durante a campanha.
O eleitor aprovou o método usado para gerenciar, não importa se bem ou mal, e quer que se repita o que aconteceu entre 2015 e 2018, inclusive aceitando as desculpas que determinaram o parcelamento do salário dos funcionários.
Entretanto essa gerência conta com alguns membros que estão bitolados e prontos para continuar como era antes, sem mudar nada, o que, aparentemente, não serve para a proposta que será experimentada a partir de janeiro de 2019.
Outra questão é a presença física da oposição. O mandato anterior via de longe os adversários (senadores e deputados federais), mas agora eles estão na Cidade, examinando tudo e sendo porta-voz dos que ficarão amontoados nos corredores de hospital e convivendo com estatísticas que dimensionam a insegurança e a precariedade da educação e do nível de emprego.