As chuvas de dezembro chegaram fortes e vieram antes, trazendo preocupação para aqueles que usam o sistema rodoviário instalado no território amapaense. As chuvas que caíram no começo da semana foram suficientes para deixar preocupados aqueles que precisam se deslocar pelas BRs, devido a formação dos primeiros pontos da rodovia difíceis de serem ultrapassados.
É inacreditável, mas a cada ano fica mais difícil confiar no que dizem as autoridades do setor rodoviário, responsáveis pela manutenção e construção das rodovias federais, como aqueles que têm a incumbência de dar condições de trafego pelas rodovias estaduais.
Os condutores de ônibus, caçambas, camionetes e de qualquer outro veículo que precisam ir para a cidade de Oiapoque, saindo de Macapá, ou de Oiapoque vir para Macapá, sabem, antecipadamente, que vão enfrentar problemas, mesmo tendo ouvido no mês passado de que tudo está certo para a construção do trecho que falta da BR-156 além de Calçoene até a cidade de Oiapoque.
Não é porque a região seja extremamente difícil para receber os trabalhadores das empresas construtoras, não é isso não, mas porque há um inexplicável “deixa pra lá” que sempre implica no adiamento do início ou mesmo na alegação de que a empresa não aceitou os termos do Dnit, mesmo depois de haver assinado o contrato e recebido a ordem de serviço.
Este ano já houve mais uma reunião de confirmação do início das obras da BR-156, rumo norte, com a participação de deputado federal, deputado estadual, do núcleo forte do atual governo e do Dnit, e que não se confirmou, ficando o “dito pelo não dito”.
Quando se pergunta pelos serviços na mesma BR-156, agora na direção sul, aí então as informações são as mais conflitantes, com as autoridades do Denit dizendo o tempo todo que o dinheiro, para a construção do trecho, está aí, que a licitação está feita e que a responsabilidade da construção do trecho 4 estava entregue para o Governo do Estado, mesmo antes de ser instalada aqui, em Macapá, a superintendência do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte.
Assim a obra nunca é iniciada e a chegada de cada um dos períodos de chuva traz também a “dor-de-cabeça” dos que precisam utilizar do trecho daquela rodovia federal. E ainda falta muita coisa. A rodovia BR-156, na direção de Laranjal do Jari, está dividida em quatro lotes de construção, e três deles são apenas planos e sem qualquer indicativo de que a curto prazo devam começar.
O agravante, no caso das rodovias federais, inclusive a BR-210 (perimetral norte), é de que vai mudar o conceito e a proposta para o Dnit com o novo governo federal. É bastante provável que haja substituição do superintendente do Dnit em Macapá e as negociações voltem para o começo, com forte possibilidade de “enforcar” mais um ano de trabalho e agrupar mais um ano de espera para os usuários.
Do mesmo mal sofre o sistema rodoviário estadual, sem planos e sem projeções – e as rodovias estaduais não estão sequer planejadas – o que indica que ainda precisa de tempo para se elaborar os planos técnicos e os projetos no sentido de atender às necessidades do pequeno agricultor, do agricultor familiar e de todos aqueles que precisam deslocar-se pelo interior do Estado.
O Governo do Amapá não enfrenta essa luta e, ao que parece, foge dela, muito embora saiba que, dentro do próprio Governo, existe conhecimento para mudar essa história.