O ponto principal da discórdia está no auxílio saúde que os sindicalistas insistem em contar com 50 mil por mês.
Depois de três tentativas infrutíferas, rodoviários e donos de empresas de ônibus voltaram a reunir esta semana na 1º Vara de Trabalho de Macapá em busca de um dissídio coletivo.
Em maio deste ano, mês da data-base da categoria, o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Amapá (Sincottrap) não aceitou a proposta formulada pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amapá (Setap). As negociações se arrastaram até julho, quando houve uma paralisação parcial, que não afetou o sistema de transporte.
Mesmo sem acordo, as empresas afirmam que desde maio vêm pagando o reajuste de 2,5% (percentual acima da inflação acumulada, que foi de 1,69%, de acordo com o INPC). Houve ainda um reajuste no auxílio-alimentação (uma espécie de cesta básica paga aos trabalhadores) que chegou a R$ 480. Na prática, o dissídio deve apenas legitimar o reajuste que já vem sendo aplicado.
Não houve entendimento, no entanto, em relação ao auxílio-saúde (uma espécie de ajuda de custo oferecida pelas empresas aos trabalhadores). Hoje o auxílio é de R$ 27.500,00 mensais pagos diretamente ao Sincotrap. Como o benefício não estava chegando à categoria, o Setap contratou uma clínica para atender toda a classe através de exames e consultas. Cada rodoviário contribui com uma contrapartida de 20 reais e pode realizar quantas consultas e exames desejar tendo como fundamento essa parceria.
A proposta do Sincottrap é que o benefício seja reajustado para R$ 50 mil e continue sendo destinado diretamente a entidade, para que apenas os sindicalizados tenham acesso. O grande problema é que dos mais de 1.200 trabalhadores do sistema, somente 406 são sindicalizados, cerca de um terço.
Na sexta-feira, 14, a categoria reuniu para escolher a nova direção da entidade. Genival Cruz, que já ocupa cargos na diretoria do sindicato nos últimos 18 anos, é novamente candidato.
Desde que foi criado, o Sincottrap tem servido para abrigar dirigentes do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), dizem os dirigentes das empresas de transporte público em Macapá.