Os dados foram divulgados pelo IBGE na sexta-feira como resultado da PNADC
A taxa média de desocupação em 2018 foi a maior dos últimos 7 (sete) anos em 13 capitais do país, na contramão da média nacional, que reduziu de 12,7% em 2017 para 12,3% em 2018.
Além dessas capitais com alta no desemprego, a taxa para Salvador (BA) também subiu em 2018, porém o pico da série histórica segue em 2015 na capital baiana. Foi o que revelou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNADC), divulgada na sexta-feira pelo IBGE.
O Sudeste foi a região com maior proporção de capitais com recorde de desemprego em 2018, com altas registradas em Vitória (12,5%), Rio de Janeiro (12,65) e São Paulo (14,2%). Metade das capitais do Norte e dois terços das do Nordeste estão nessa situação. Apenas no Centro-Oeste nenhuma capital apresentou alta na taxa de desocupação.
Também houve aumento no desemprego em oito regiões metropolitanas. Para o coordenador de trabalho e rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, a comparação entre os dois recortes geográficos dá uma indicação das características dessa desocupação: “percebe-se que o problema é mais forte nos grandes centros urbanos, acompanhando as maiores concentrações da população. É um desemprego metropolitano, bem maior que no interior do país”.
Mesmo nos estados em que a desocupação caiu entre 2017 e 2018, a situação não melhorou no longo prazo. “Observamos que nenhuma capital ou região metropolitana teve redução na desocupação entre 2014 e 2018. Ao contrário, há aumentos bastante expressivos no período”, explica Cimar.
Para o pesquisador, outro sintoma do problema é a carteira de trabalho, que sofreu queda em todos os estados entre 2017 e 2018. Na comparação mais longa, desde 2014 as quedas são ainda mais expressivas. “Isso revela a qualidade do emprego sendo gerado nos últimos anos. Com a redução da carteira de trabalho e o aumento da informalidade, a contribuição para a previdência também cai, o que cria problema mais à frente”. Concluiu Cimar.

Taxa de desocupação média anual nas capitais (%) 2018
Macapá (AP) 18,2 Palmas (TO) 13,7 Boa Vista (RR) 12,4
Manaus (AM) 18,1 Porto Velho (RO) 13,7 João Pessoa (PB) 11,9
Maceió (AL) 16,7 Teresina (PI) 13,6 Fortaleza (CE) 10,8
Aracaju (SE) 16,4 Natal (RN) 13,5 Cuiabá (MT) 10,0
São Luiz (MA) 16,4 Belém (PA) 13,5 Porto Alegre (RS) 9,5
Recife (PE) 16,3 Brasília (DF) 12,7 Curitiba (PR) 9,4
Salvador (BA) 16,1 Rio de Janeiro (RJ) 12,6 Goiânia (GO) 7,0
São Paulo (SP) 14,2 Belo Horizonte (BH) 12,5 Campo Grande (MS) 6,6
Rio Branco (AC) 13,9 Vitória (ES) 12,5 Florianópolis (SC) 6,5