Existe no Estado um tema que poucos estão cuidando dele.
Há um crescente distanciamento entre os organizadores ou participantes e o público de um modo geral, contrariando o que se observa em outros centros não tão distantes daqui.
As pessoas estão sentindo-se frustradas pelo investimento de tempo, de preocupação, de compromisso e de dinheiro, sem os retornos que poderiam justificar aqueles investimentos, mas já percebem que nada está dando certo, apesar de todo o esforço aparente que é feito e o histórico de aceitação da sociedade.
O futebol profissional do Amapá, como o não profissional, estão, a cada ano, enfrentando dificuldades que se tornam cada vez mais intransponíveis e, por isso desafiadores para os organizadores, os atletas e os clubes.
A Federação Amapaense de Futebol, que tem realizado o campeonato de profissionais desde 1991, ainda não descobriu a fórmula que poderia atrair torcedores, dirigentes e a própria organização esportiva, rompendo uma tradição que tornou o Amapá referência esportivo para a região e para o Brasil.
Sem muito esforço dá para lembrar os resultados colhidos antes de 1991, tanto pelos clubes participantes dos campeonatos locais, como as seleções definidas para participar das competições regionais. Nestas, éramos favoritos contra Roraima, Amazonas, Rondônia e Acre. Com o Para sempre dividimos as atenções regionais e mesmo quando se entravam as seleções.
Mesmo contra Remo, Paysandu e Tuna, na época as três grandes forças do Norte, os resultados, tanto aqui, como em Belém, mostravam a pujança do nosso futebol.
Havia o apoio da torcida que lotava o Estádio Glicério de Souza Marques, na Favela, com todas as rádios daquele tempo fazendo a cobertura completa do jogo e despertando a atenção das autoridades do Governo que sempre estavam nas arquibancadas, e que faziam questão de participar dos eventos patrocinando e viabilizando o crescimento do Esporte.
Naquela época o prédio da Federação Amapaense de Desportos – FAD crescia com a importância social do futebol amapaense.
Isso até 1991.
De lá para cá o interesse pelo futebol local foi diminuindo, os dirigentes foram se retraindo, o público se afastando tanto do Estádio Zerão (em uso desde 1991) e do Estádio Glicério de Souza Marques, o Glicerão, sem contar com o Estádio Augusto Antunes, em Santana e o Videirão, no Mazagão.
As autoridades também desapareceram do campo de futebol e a Federação Amapaense, que era de Desportos, já havia virado de Futebol e se atrapalhava para realizar os campeonatos.
As eleições passaram a ser obscuras, as diretorias repetidas, os dirigentes de clubes sempre os mesmos, as autoridades da Federação sempre as mesmas e a imprensa noticiando a conveniência conforme a aproximação com os dirigentes da Federação.
As outras categorias foram afetadas e o resultado está levando o futebol do Amapá, especialmente o profissional, para um “beco sem saída” onde os campeonatos não atraem clubes, a incerteza está sempre presente, as vitórias sumiram e os clubes amapaenses, faz tempo não ganham uma partida oficial.
Triste sim… Triste fim!