Josiel Alcolumbre – Jornalista
DRT – 0000399/AP

Na segunda-feira, dia 20, o governador do Estado recebeu representantes da União Sindical, formada por dirigentes de 32 sindicatos de categorias de funcionários públicos do Estado, como parte do que chamou Agenda do Servidor para, em resumo, anunciar que os funcionários não terão reajustes no salário em 2019 e que está projetado o pagamento de uma parcela de 30%, como adiantamento do 13.º salário de 2019.
A notícia não agradou aos representantes dos funcionários públicos estaduais, principalmente pelas justificativas apresentadas, as mesmas que foram utilizadas tantas e tantas vezes, que podem até ser verdadeiras, mas que nada foi feito, pelo Governo, para mudar o cenário, classificado pelos próprios agentes do Estado como critico.
Os dirigentes do Sindicato dos Servidores Públicos em Educação no Estado do Amapá, Sinsepeap, foram para a reunião com indicação de que, caso houvesse a confirmação do que fora informado durante a reunião, a categoria entraria em greve. O que se confirmou logo em seguida às notícias saídas do encontro, principalmente com relação a três pontos: não aumento de salário em 2019, não encerramento do parcelamento de salários e redução para 30% da antecipação do 13.º salário.
A greve é um mecanismo utilizado pelos trabalhadores para alcançar melhorias em sua situação de trabalho como: salário, benefícios trabalhistas ou questão de segurança. A greve no Brasil é resguardada como direito fundamental do cidadão pela Constituição Federal de 1988, no seu artigo 9.º.
Uma greve de professores, nessa altura do ano, precisa ser avaliada. A Educação, já alvo de tantos problemas pretéritos e de tantos limites presentes e, ainda, considerando que a Educação é responsável pelo maior percentual da folha bruta de pagamento do Governo do Estado: R$ 66,7 milhões mensais (com 11.027 funcionários), poderia o sindicato buscar outra forma de obter melhor resultado para os seus pontos de pauta do que deixar prejudicados os alunos.
Infelizmente os dirigentes têm demonstrado, historicamente, pouco importar-se com a greve desse setor, ignorando que pais de alunos, alunos e os próprios professores são prejudicados.
Poderiam, perfeitamente, os professores repartirem a intimidade da gestão da Educação, como uma proposta que obrigasse os dirigentes locais a apresentarem o nível de eficiência dos gastos. Doutra forma, as informações vindas da parte daqueles dirigentes são de crise e não decorrentes da má gestão dos recursos públicos em um estado gigante e que não dá conta das múltiplas pernas que inventa.