Medida se aplica para quem concluiu ensino médio no estado e foi estendida para 15 municípios do Pará.
O Conselho Superior Universitário da Universidade Federal do Amapá (Unifap) aprovou bonificação do acréscimo de 30% na nota final do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para vagas em todos cursos da instituição.
A medida abrange também 15 municípios do interior do Pará, que geograficamente são mais próximos do estado amapaense.
O acréscimo valerá para todos os alunos que tenham cursado o ensino médio no estado, seja em escola pública, seja em privada, e que optem pela graduação em qualquer um dos 27 cursos oferecidos pela instituição.
A aprovação da bonificação ocorreu na terça-feira (18) em reunião do conselho. Segundo a Unifap, o objetivo é aumentar o ingresso de alunos nortistas, especialmente do Amapá e Pará, em cursos superiores, visto que a realidade é outra.
“A instituição do Enem, como principal meio de acesso à universidade, e os desníveis regionais da educação básica se tornaram obstáculos para quem estuda no Amapá e Marajó e disputa vagas com candidatos de grandes centros urbanos. No último vestibular para o curso de medicina, por exemplo, todas as vagas foram preenchidas por estudantes de outras unidades da federação”, destacou a universidade, por meio de nota.
Loyanna Santana, coordenadora geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Unifap, comemorou a aprovação e ressalta que a medida só se tornou realidade porque a universidade tem autonomia.
Outras universidades aplicam a bonificação de 5%, 10%, 15% e 20%. As universidades têm autonomia para criarem suas próprias políticas afirmativas, propomos 30%. Qual é o objetivo disso? Hoje, os alunos que tomam as primeiras vagas na Unifap não são amapaenses.
O processo abre exceção para alunos que concluíram o ensino médio em outro estado, mas somente se eles comprovarem residirem no Amapá por, pelo menos, três anos. Existe uma série de exigências para ocorrer essa comprovação e cada caso será avaliado individualmente.
A bonificação também não se aplica a estudantes cotistas. Isso porque o MEC entende que políticas afirmativas não podem ser cumulativas. Entretanto, a direção do DCE garante que vai em busca de nova abertura para que os grupos sejam incluídos.
Para a pró-reitoria da Unifap, a nova política cumpre importante papel social e econômico para a educação da região.
“Não se trata de proteção, mas de correção e justiça, a exemplo das políticas de cotas, que possibilitam o acesso ao ensino superior de segmentos antes esquecidos ou colocados em segundo plano na política educacional”, expressou, por meio de nota, a pró-reitora de graduação, Elda Gomes.
Além de alunos amapaenses, a medida beneficia também estudantes da área conhecida como “Mesorregião do Marajó”, que compreende os municípios paraenses: Afuá, Anajás, Breves, Bagre, Chaves, Curralinho, Cachoeira do Arari, Gurupá, Melgaço, Muaná, Ponta de Pedras, Portel, Salvaterra, São Sebastião da Boa Vista e Santa Cruz do Arari.