Segundo os donos de postos aqui no Amapá, esse preço é um dos menores praticados no Brasil.

A Petrobras anunciou na segunda-feira, dia 20, a redução de 8% no preço da gasolina nas refinarias, mas esse repasse não foi imediato e nem total aos consumidores.
A estatal reduziu algumas vezes, nas últimas semanas, os preços dos combustíveis nas refinarias e, segundo a ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), já reduziu o valor em 50% desde o começo de 2020. O motivo é a queda no preço do petróleo em nível internacional e redução no consumo devido ao isolamento social.
De 1º a 18 de abril deste ano, o preço médio do litro da gasolina comum no Amapá ficou próximo dos R$ 3,00. Mas, desde o início da semana já se encontra, em Macapá, gasolina ao preço de R$ 2,92. A última vez que o preço na bomba, da gasolina comum, chegou a esse valor, faz 15 anos, em 2005.
Quando a Petrobrás vende para uma distribuidora, ela pode ou não aplicar o percentual de redução aos postos no momento da revenda. Não há uma regra que determine que as distribuidoras e donos de postos repassem os descontos ou aumentos obrigatoriamente para o consumidor.
O repasse é determinado por cada empresa, dependendo dos custos de cada uma, como pagamento de funcionários, impostos e margem de lucro.
Isso significa dizer que, provavelmente, o repasse já será menor para os postos e, consequentemente, para o consumidor final. O estoque das distribuidoras também é um dos fatores que fazem com que a queda no preço não chegue imediatamente aos consumidores.
O consumidor estranha porque a redução demora chegar às bombas. Assim que a Petrobras anuncia a queda nos preços, as distribuidoras ainda têm estoque de produto, que foram comprados com o valor anterior.
A empresa demora alguns dias para comprar o combustível com o novo preço e começar a vendê-lo aos postos. Os proprietários dos postos afirmam que, em situações normais, a troca acontece em quatro ou cinco dias.
O diretor executivo da Abrilivre (Associação Brasileira de Revendedores de Combustíveis Independentes e Livres), não descarta a possibilidade de a redução de preço dos combustíveis nas refinarias não chegar ao bolso dos motoristas diante da situação atual do mercado.
Considera que, normalmente, o posto tem um giro de estoque entre dois e quatro dias e tende a fazer pedidos a cada dois dias. Com a queda da demanda, é possível que quem comprou combustível há cinco dias não zere o estoque nos próximos dias a tempo de comprar com o preço baixo.
A expectativa é que a Petrobras reduza ainda mais o preço dos combustíveis neste período. De acordo com o mercado internacional, tem indústria pagando para levarem o petróleo embora e Petrobras trabalha com o preço de mercado internacional.
Na última segunda-feira, dia 20, os contratos futuros do petróleo, nos Estados Unidos, foram negociados em valores negativo pela primeira vez na história, pela queda na demanda causada pelo isolamento social.
A Arábia Saudita e a Rússia chegaram a um acordo há mais de uma semana para cortar a oferta de petróleo em 9,7 milhões de barris por dia, mas isso não deve fazer com que o excesso de oferta global seja reduzido rapidamente.