Reformas, CPMF, agenda conservadora: o que Lira pensa sobre estes temas importantes.
Com a promessa ouvir todos os deputados e não impor sua vontade pessoal na condução dos debates o deputado Arthur Lira foi eleito presidente da Câmara Federal. Com isso, os parlamentares esperam que seus projetos possam avançar. Mas, ao longo de sua campanha para comandar a Câmara, Lira se comprometeu com alguns diversos assuntos, grande parte dele de interesse do Planalto.
O JAA elencou os principais compromissos do novo presidente da Câmara e também o que ele pensa sobre alguns dos assuntos mais discutidos atualmente na política brasileira. Confira:

Reformas econômicas
Arthur Lira defendeu colocar em votação reformas estruturais ainda no primeiro semestre. A reforma tributária e a administrativa serão as prioridades. Mas ele também deseja aprovar o quanto antes a chamada PEC Emergencial, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 186/2019, que atualmente tramita no Senado. A PEC Emergencial permite que o governo corte gastos públicos.

Prorrogação do auxílio emergencial
Arthur Lira, ao longo de sua campanha pela presidência da Câmara deu sinais divergentes sobre a possibilidade de prorrogar o auxílio emergencial.
Ele afirmou a parlamentares que não tem como se comprometer com qualquer programa de transferência de renda, tal como a renovação do auxílio emergencial. Mas também defendeu que o novo auxílio seja de, no máximo, seis meses, e com orçamento entre R$ 20 bilhões e R$ 50 bilhões, dentro do teto de gastos.
A posição de Lira está alinhada à do governo Bolsonaro, que tenta evitar ter de gastar mais recursos com essa medida, mas que cogita renovar o pagamento do benefício se a situação da pandemia do coronavírus se agravar.
Arthur Lira sinalizou que pode destravar na Câmara a agenda de privatizações de estatais do governo Bolsonaro. Durante sua campanha à presidência da Câmara, ele afirmou que vai pautar o projeto de lei de privatização da Eletrobras se houver maioria na Casa a favor da proposta.

Nova CPMF
Durante sua campanha à presidência da Câmara, Arthur Lira disse que a discussão sobre um novo imposto sobre transações (a nova CPMF) “não faz parte do contexto atual”. A declaração vai na contramão dos planos do ministro da Economia, Paulo Guedes, que apostou na vitória de Lira para reapresentar sua proposta de criação do tributo para compensar a desoneração da folha de salários.
Apesar disso, Lira já foi a favor da volta da CPMF em outras ocasiões. Em julho de 2020, o deputado do PP disse ao jornal Valor Econômico que uma alíquota menor que a da antiga CPMF (0,38%) poderia destravar as discussões.

Agenda conservadora
Embora não tenha se comprometido diretamente com a agenda conservadora, Lira tem sinalizado que pode dar vazão às pautas de costumes. À deputada Bia Kicis (PSL-DF), que articula a criação de uma bancada conservadora, ele sinalizou que, democraticamente, permitiria que algumas pautas fossem discutidas, a exemplo da ampliação do porte de armas para servidores.
Mas a tendência é que essa agenda não venha a estar em pauta, ao menos num primeiro momento: a votação das reformas econômicas é considerada a prioridade de Lira; e ele foi eleito por uma ampla aliança, inclusive com partidos que são contrários à agenda conservadora, o que tende a atrasar a votação de projetos dessa natureza.

PEC do Voto Impresso
Arthur Lira se comprometeu com deputados a dar andamento à PEC do Voto Impresso – proposta de emenda à Constituição que prevê a volta do voto impresso nas eleições como forma de auditar a votação das urnas eletrônicas. A volta do voto impresso é defendida pelo presidente Jair Bolsonaro.

Cargos no governo e na Câmara
A campanha de Arthur Lira também foi marcada pela promessa, feita em parceria com o Planalto, de que os aliados vão ganhar espaços e cargos tanto na Câmara quanto no governo federal. Lira também se comprometeu a facilitar a interlocução entre deputados e a União.

Relação da Câmara com os governos estaduais
Lira promete uma maior interlocução entre a Câmara e os governadores. Também se comprometeu a mediar eventuais conflitos dos estados com o governo federal.

O deputado Arthur Lira (PP-AL) sinalizou que pode destravar na Câmara a agenda de privatizações de estatais do governo Bolsonaro.