Especialistas iniciaram os trabalhos no domingo, 22, em Macapá, com levantamento de informações e planejamento de ações para os próximos dias.

Após a confirmação de 5 casos da variante Delta de covid-19 entre os tripulantes do navio Mandarin Dalian, fundeado no Rio Amazonas desde o dia 30 de julho, técnicos do Ministério da Saúde (MS) chegaram ao Amapá no início da tarde de domingo (22), a pedido do governador Waldez Góes, para se juntar às equipes de Vigilância em Saúde do estado na aplicação de um plano de contingência, principalmente para portos, visando conter a entrada de novas variantes do coronavírus no estado.

Ainda à tarde no Laboratório Central do Amapá (Lacen/SVS), os técnicos do MS se juntaram às equipes de vigilância em saúde e epidemiológica do Estado e Prefeitura Municipal de Macapá (PMM) e da Anvisa. Eles alinharam as informações, reviram o plano e definiram o planejamento de ações que serão implementadas nos próximos dias.

O primeiro ponto destacado pela SVS é que os pacientes com a Delta estão dentro do navio estrangeiro. Desde o início das suspeitas, os protocolos de contenção estão sendo aplicados.
Outro dado importante alinhado é que dos 21 tripulantes de nacionalidade chinesa do Mandarin Dalian apenas um está internado, em uma área isolada do Hospital Universitário (HU), em Macapá, com um quadro clínico estável. O restante cumpre quarentena determinada pela Anvisa no interior da embarcação.
Outra informação fundamental: os exames para de covid-19 com antígeno feitos no sábado (21) nos 20 tripulantes que estão embarcados tiveram resultado negativo, o que pode significar, portanto, o final do ciclo viral.

No entanto, resultados de exames RT-PCR, que podem reconfirmar esta informação, são aguardados para esta segunda-feira (23).
A reunião colheu todas as informações e repassou todo o histórico do Mandariam Dalian e de seus tripulantes desde a saída da cidade portuária de Tema, em Gana, no continente africano (provável local de contágio), até a chegada ao Amapá e os primeiros contatos e pedidos de ajuda.

Plano de Contingência

A gerente do Centro de Informações Estratégicas da SVS, Solange Costa, esclareceu que o plano de contingência é muito superior apenas aos testes.
“O objetivo da vinda do apoio técnico do MS é para que a gente possa fazer um plano de contingência no Estado do Amapá, de portos e aeroportos, nós já tínhamos um [plano de contingência], mas referenciamos a necessidade de melhorar o fluxo, principalmente o de comunicação. O plano de contingência é necessário para evitar a propagação de novas variantes dentro do Estado, e viabilizar uma comunicação eficaz em Emergências em Saúde Pública”, explicou a gerente.

Busca ativa
O fundamental para a investigação epidemiológica é saber de todas as pessoas com quem os tripulantes tiveram contato no Amapá desde sua chegada no dia 30 de julho.
Os técnicos relataram que apenas no dia 5 de agosto, ou seja, seis dias após a fundeação do navio na frente de Macapá, é que os tripulantes buscaram a primeira ajuda médica, primeiro na Unidade Básica de Saúde (Lélio Silva).
Depois, ocorreu atendimento no Centro de Covid municipal do Santa Inês – unidade já desativada pela PMM. Também ocorreu a ida a uma clínica particular para a realização de exames de imagem.

Por tudo o que foi relatado, o mais provável, segundo os técnicos, é que o translado do navio ao continente e nas unidades de saúde tenha ocorrido de forma correta e segura do ponto de vista sanitário.
Apesar das dificuldades impostas pelo idioma, pois a tripulação é chinesa e nem todos falam inglês, foi possível determinar todas as pessoas com quem os infectados foram positivados.

“Vamos realizar o monitoramento dos contactantes, ou seja, das pessoas que tiveram contato com esses tripulantes que foram constatados com a variante Delta, notadamente as equipes de saúde onde eles buscaram atendimento. É necessário fazer esse rastreamento de contatos porque essa variante Delta é importada, nós não temos nenhum caso, em nenhum município amapaense, que tenha confirmado a variante”, complementou Solange Costa.

Os técnicos do MS ficarão no Estado até que as investigações epidemiológicas e o plano de contingência estejam suficientemente aplicados.