Rodolfo Juarez
No próximo dia 17 de dezembro completo 50 anos que, em cerimônia de gala, recebi o Diploma de Engenheiro Civil, depois de estudar, durante 5 anos, no Centro Tecnológico da Universidade Federal do Pará – Escola de engenharia, na Turma Fernando Guilhon.
Eu e mais 72 colegas nos perfilávamos para o grandioso momento e muito especial, na nave central do Teatro da Paz, prometendo para todos os presentes, inclusive nossas famílias, honrar o título de Engenheiro Civil que estava gravado no Diploma e no anel de formatura que me foi entregue pela minha mãe, na presença do meu pai. Confesso ter sido um dos momentos mais felizes da minha vida.
Um momento que vamos recordar neste dia 17/12, sexta-feira, não com a alegria daquele momento de euforia, mas com a certeza que o grau recebido nos permitiu o exercício pleno da profissão em todos os locais onde, cada um de nós, desenvolveu o seu trabalho profissional.
Entre todos lá estávamos, Manoel Dias e eu, representando os amapaenses que caminhavam, ou pretendiam caminhar, o mesmo caminho que foi repetido por dois dos meus irmãos, Edilson Juarez e Edir Juarez que, também, foram a Belém buscar, e conseguiram, o mesmo diploma.
Nunca deixamos de imaginar aplicando o nosso conhecimento se não no Amapá. E foi assim a realidade construída a partir do nosso conhecimento e nossa oportunidade, atraindo para cá, profissionais da área de engenharia que, se não vieram por iniciativa própria, foram convencidos que aqui havia espaço suficiente para que tantos profissionais contribuíssem para o desenvolvimento do Amapá e da Região.
Outros colegas de turma foram trabalhar noutras localidades da Região Amazônica ou, mesmo, fora dela, e hoje são contadores de história que orgulham a nossa turma e reconhecem o empenho e o gabarito diferenciado daqueles 39 que já estão noutro plano e que passaram a ser responsabilidade daqueles que, como eu, ainda tem o privilégio de continuar trabalhando pela Região e pelo Brasil.
Nos nossos 4 primeiros encontros decenais (10, 20, 30 e 40 anos) sentimos a ausência dos que não puderam ir às comemorações, e a falta daqueles que não estavam mais entre nós. Hoje, com todos superando a marca dos 70 anos de idade, a Turma Fernando Guilhon entende que cumpriu o seu papel, discute a sequência e a responsabilidade dos colegas que estão saindo agora para o mercado de trabalho e, que cada vez mais, precisa de engenheiros inventivos, dedicados e disposto a enfrentar o novo.
O dia 11 de dezembro, dia do Engenheiro, sempre foi lembrado como preliminar do dia 17 dezembro, sempre foi motivo de congratulações, mas o dia 17 de dezembro é quando se tem a euforia dos que podem fazer a festa e a saudade daqueles que se foram, alguns precocemente.
Relembro, perfeitamente, o momento solene da graduação, mas foi importante quando Manoel Dias e eu nos apresentamos para o então governador do Território Federal do Amapá e afirmamos a intensão de ser profissionais a serviço da engenharia amapaense que tinha poucos engenheiros civis na labuta.
Até agora estou na ativa, feliz pela profissão escolhida, ainda eu que detenho outras profissões que se amoldam ao conhecimento da engenharia, mesmo que seja Direito, Jornalismo ou Professor.
Feliz por ser testemunha desta marca na vida dos meus colegas e na minha, ao completar 50 anos como engenheiro civil.