Rodolfo Juarez
Venho insistindo na necessidade de haver um rápido estudo para encaminhar soluções para problemas que estão se agigantando para a administração municipal do município de Macapá e, especialmente, para a cidade de Macapá.
Ao atingir 500 mil habitantes a cidade passou a ter exigências que não são mais atendidas com medidas paliativas e, muito menos, sem uma estratégia diferente do que vem sendo adotada até agora para resolver problemas que ficam mais aparentes e que são percebidos por todos, como o sistema viário, o de coleta de águas pluviais, o sistema de coleta de esgoto sanitário, o de distribuição de energia elétrica e o de distribuição de água tratada.
O sistema viário de Macapá se esgotou em si mesmo. A sistemática utilização do tapa buraco, foi transformado em um programa que não tinha qualquer possibilidade de dar a resposta adequada para os usuários. A grande carga do trânsito nas principais vias e os conflitos causados pelos veículos automotores, inclusive motos, com os ciclistas e pedestres transformam, principalmente na hora do pico, o trânsito de Macapá em um verdadeiro caos. Não pode ser assim.
O sistema de coleta de águas pluviais, aquelas decorrentes das chuvas, algumas de grande intensidade, e que, por enquanto segue alagando ruas e casas, inclusive em bairros comerciais. Esse programa tem soluções que já foram estudadas, mas que não estão sendo adotadas, como tratamento imediato dos principais canais, dando condições para escoar, com a velocidade adequada, as águas da chuva, com a interligação do sistema de coleta por tubos, com os canais.
O sistema de coleta de esgoto sanitário é insuficiente, coletando a menor quantidade de esgoto quando comparado com qualquer cidade brasileira de até 200 mil habitantes. No momento são coletados apenas 2% do esgoto gerado, que vai para uma estação de tratamento primário. Esse trabalho é difícil, mas precisa ser feito.
A distribuição de energia elétrica passou recentemente por uma guinada de rumo no sentido de buscar a regularidade e eficiência do fornecimento de energia elétrica, entretanto, pelo menos até agora, os que compraram os direitos e obtiveram a concessão para distribuir energia, passados 8 meses, ainda não conseguiram despertar confiança e a credibilidade nos consumidores que padecem com interrupções que foram prometidas em passar por extinção primária.
A distribuição de água tratada, outro viés dos serviços públicos que, como o da distribuição da energia elétrica, deveria melhorar. Essa melhora não foi sentida pelo consumidor. Dá a impressão de que as novas empresas concessionárias, tanto do serviço de distribuição de energia elétrica, como do de água tratada, estão mais preocupados em cobrar dívidas dos moradores, mesmo continuando com o atendimento ruim, até pior do que aquele que vinha sendo realizado pela empresa pública local.
Tudo isso sem falar no transporte coletivo urbano (apenas por ônibus) literalmente estacionado há mais de 20 anos, como a inexistência de áreas de expansão para atender as necessidades do crescimento vegetativo e dos migrantes, o que empurra a população para invasões nas baixadas, além de planos para não deixar o trabalhador ficar tão distante do local de trabalho.
Administrar uma cidade como Macapá, com mais de 500 mil habitantes, não pode ser uma aventura política, precisa ter os seus limites nas recomendações técnicas, uma vez que, em pleno tempo do 5G, a população ainda se defronta com problemas de coleta de esgoto, água tratada, transporte público, energia elétrica, moradia e tantos serviços que já deviam estar resolvidos.