Rodolfo Juarez

No último dia do mês que passou (julho) o Estado do Amapá e a cidade de Macapá, perderam uma das suas referências empresarial, esportiva, musical, de elegância e social.
A morte de “seu” Hernani Vitor Guedes abre uma lacuna difícil de ser fechada. O Hernani da Farmácia, que podia ser encontrado na esquina das ruas São José com Presidente Vargas, onde hoje é o endereço de empresas de vários ramos.
Hernani Vitor Guedes ou “seu” Hernani, nasceu no dia 12 de abril de 1924 e dedicou boa parte de sua vida ao desenvolvimento da cidade de Macapá.
Músico, foi o responsável pela primeira banda de baile criada na Capital e que se apresentava nos clubes e nas comemorações públicas realizadas na cidade, fazendo o seu companheiro, o violino, cantar por todos aqueles que apreciavam o talento de um homem que se identificou com o povo e a cidade.
Torcedor do Amapá Clube, sócio da agremiação esportiva, não hesitou quando foi convidado para assumir a vice-presidência do clube, fazendo dobradinha comigo que assumia a Presidência, em uma manhã chuvosa do dia 1.º de janeiro de 1978.
Organizado, foi um dos grandes colaboradores que tive na administração voluntária do Clube e responsável pela identificação de tantos que, por ele, vieram participar diretamente da administração, mesmo tendo que deixar para sua querida esposa ocupação que desenvolvia na Farmácia.
Ficou triste quando perdemos o título de 1978 para o Esporte Clube Macapá, mas vibrou, intensamente, quando vencemos o campeonato de 1979, depois de uma melhor de três com o Trem Desportivo Clube, com o último jogo sendo realizado no dia 19 de janeiro de 1980.
Fomos uma dupla afinada!
A Presidência do Clube era exercida por nós dois, sem qualquer diferença na ação. Nunca deixou atrasar a sua mensalidade…
Hernani Vitor Guedes foi para outro plano deixando saudades e um engenheiro-artista, ou um artista-engenheiro. Nivito Guedes. além de filho, foi um parceiro do “seu” Hernani e, em vida, prestou-lhe uma homenagem que emocionou a todos, gravando um DVD com músicas que Hernani Vitor Guedes gostava de “tirar’ no violino ou que fazia parte do roteiro do grupo musical “Os Mocambos”.
Era incrível a dedicação de “seu” Hernani à música.
Chegou a tocar 4 noites de baile de carnaval para apurar um dinheiro que entregava para o pessoal de “Os Mocambos”. Sábado, desde as 10 horas até às 5 horas; domingo das 7 às 11:30 horas, na segunda até às 5:00 horas da manhã, e na terça-feira gorda de carnaval, até o sol raiar desfilando, em procissão pela Presidente Vargas.
O sucesso “Tô em Macapá”, de Nivito Guedes, era uma das interpretações do filho-cantor favoritas do “seu” Hernani.
Descanse em paz, tenho certeza que você foi meu amigo.