Rodolfo Juarez
Mais um acidente acontece nas águas que banham o porto fluvial de Santana, sede do município do mesmo nome, situado a 20 km de Macapá, a capital do Estado do Amapá.
Uma balsa, desgovernada, atingiu pequenas embarcações que estavam atracadas nas pinguelas ali existentes, com tripulantes e passageiros, que ficaram em desespero e sem saber o que fazer, para parar a embarcação de ferro que vinha na direção das frágeis embarcações de madeira.
O desespero das pessoas, na iminência de serem atingidas, ficou gravado nas câmeras dos celulares apontados por terceiros que nada podiam fazer para evitar o choque entre a balsa carregada e as catraias indefesas.
Mais um episódio que escancara a necessidade de que o poder público dê um mínimo de condições de segurança e tranquilidade para aqueles que estacionam suas pequenas, médias e grandes embarcações de madeira nas pinguelas improvisadas ou nas ribanceiras para desembarque de pessoas e carga, ou embarque de pessoas e carga.
É uma questão que precisa ser levada a sério!
Afinal, cuidar para que o ambiente de negócio, que é forte, entre os ribeirinhos das ilhas do Estado do Pará e o comércio, em geral, da sede do município de Santana, é uma das atribuições do Poder Público, em todas as suas esferas.
Desde 1981, com o naufrágio do B/M Novo Amapá, se sabe que há necessidade de investimentos na navegação fluvial nesta região e que os portos: 1) da sede do município de Santana, 2) do Igarapé da Fortaleza, 3) do Igarapé das Pedrinhas, 4) do Santa Inês, 5) do Igarapé das Mulheres, e 6) do Canal Jandiá, estes últimos na sede do município de Macapá, além daquele que seria o 7.º, na Ilha de Santana, precisam passar por significativas melhorias para que, a saída, a chegada e a atracação das embarcações de médio e pequeno porte, seja feita com a segurança adequada.
O tempo passa, e ao final de todos os anos, não se discute essa situação que já deixou muitas famílias de luto, pequenos empresários falidos e com culpa nas costas, aumentando a quantidade de trabalhadores sem trabalho, de empresários sem empresas e famílias com luto para toda a vida.
Os vereadores do município de Santana, juntamente com os vereadores do município de Macapá, deveriam firmar um pacto de só aprovar o orçamento com a destinação de verbas, mesmo que pequenas, para, pelo menos, a melhoria das condições de embarque, desatracamento, atracamento e desembarque de pequenas e médias embarcações, naqueles portos improvisados há muito.
A balsa, de ferro, que provocou o acidente em referência, estava com veículos no convés e, nesse caso, uma regra poderia ser elaborada no sentido de não permitir que houvesse atracação de embarcação com esse tipo de carga.
A discussão para construção de um porto para embarcação de médio porte, de madeira ou de ferro, precisa de antecedentes que informem as fortes correntes de água que são verificadas no porto de Santana, para não acontecer os acidentes que, por incrível que pareça, ocorrem e as condições do porto não mudam.
Para as pequenas embarcações (catraias) um porto diferenciado, protegido e com condições de desembarque e embarque de pessoas e pequenas cargas, bastaria.