Rodolfo Juarez

A realidade do sistema de distribuição de energia elétrica, para o Estado do Amapá, agora gerenciado pela nova concessionária, ainda é estranhamente precário.
A empresa anterior, a Companhia de Eletricidade do Amapá – CEA, uma estatal que tinha como controlador o Estado do Amapá e mais 5 sócios originais, os municípios de Macapá, Mazagão, Amapá, Calçoene e Oiapoque.
Os balanços sempre foram uma dor de cabeça para o controlador, tanto que, além da precariedade dos serviços que entregava aos consumidores, ainda faltava dinheiro, inclusive para pagamento de pessoal que, não raro, era complementado pelo controlador.
Atendia mal os consumidores que, aos poucos, a empresa foi perdendo a credibilidade, acumulando dívidas, prestando um serviço considerado inadequado ou precário, até perder a concessão e ser contratada como prestadora de serviço do Ministério das Minas e Energia.
A privatização se tornou uma das raras alternativas com a promessa de maciço investimento na melhoria da prestação de serviço.
Entrou na lista das empresas que precisavam ser privatizadas e, em 2021, finalmente houve a privatização com a promessa de melhorias imediatas, de médio prazo e longo prazo.
Avaliada como um dos que mais desperdiçava a energia elétrica que comprava das empresas produtoras de energia elétrica, além de contar com uma linha de distribuição inadequada que, também, contribuía para o desperdício e a qualidade do produto entregue ao consumidor, a empresa só trabalhava essa alternativa.
Pois bem.
A empresa que venceu a licitação e assumiu os compromissos preliminares, manteve o nome Companhia de Eletricidade do Amapá – CEA, acrescentou a palavra Equatorial e modificou a marca, mas não modificou a qualidade na entrega da energia elétrica aos consumidores, apesar de praticar uma das tarifas mais altas do Brasil.
Isso, por mais incrível que pareça, tem explicação e respaldo do sistema!
O que não tem explicação é o aumento de interrupções do fornecimento de energia para todo o Estado ou parte dele.
Ontem, quinta-feira, dia 24, dia da estreia do Brasil na Copa do Mundo, deixou estressado a maioria da população de Macapá e de outros municípios, pois faltavam menos de duas horas para começar o jogo e o fornecimento de energia havia sido interrompido.
A dificuldade para prestar a informação do que está acontecendo não se justifica e traz de volta toda a dúvida sobre o desempenho na nova concessionária que anuncia melhorias, mas o consumidor não sente essas melhorias.
Por outra parte, já havia registro de que, no dia anterior, 23 de novembro, várias interrupções no fornecimento de energia elétrica já tinham sido anotadas na quarta-feira pela parte da tarde, quando houve uma sequência de interrupções, prejudicando, inclusive, o atendimento médico de urgência e emergência nas casas de saúde.
O consumidor tem direito a uma explicação, uma vez que a concessionária cobra caro o serviço que presta, prometendo uma segurança ao consumidor, que continua vendo os seus direitos sapecados nas lixeiras sem, sequer, uma explicação direta.
Melhorar a prestação do serviço de distribuição de energia elétrica é o mínimo que o consumidor espera