Rodolfo Juarez

São muitas as necessidades e muitos os interesses que têm uma sociedade que cresce a níveis acima daquele que cresce a população brasileira e que tem, como base, uma origem simples, com poucas atenções e com claras dificuldades de interpretar o que está acontecendo agora e o que aconteceu ao longo do tempo, desde o começo.

Com mais de 800 mil habitantes, o Estado do Amapá, queiram ou não, é formado por uma população de sacrificados, tanto na oferta de oportunidade, como no atendimento às suas mais primárias prioridades, contribuindo com mesmos, ou maiores, índices de impostos cobrado de todos os brasileiros.

Depois de mais de três décadas envolvida em uma disputa ideológica, que se sustentava em primícias que pouco, ou nada, tinham a ver com o desenvolvimento da Estado ou da população, o Amapá tem a oportunidade de escolher um caminho para recuperar o tempo perdido e crescer, contando com os impulsos que os seus dirigentes podem dar e oferecer outras condições para a população, onde se crie um ambiente que se possa acreditar na “virada do jogo”.

Vimos de um tempo em que o vocábulo “harmonia” passou a ser identificação de grupos que não tinham interesse em questões que fossem importantes para o Estado e seu povo, distorcendo, para os daqui, aquilo que os de fora procuravam a todo custo.

A dose é dupla, para não dizer cavalar, e que a todos precisa ser administrada, para compreenderem que não se está em condição favorável ou de perder qualquer tipo de tempo.

Chega de ter tanta paciência, esperança ou acreditar de que as coisas possam ser resolvidas sem a aplicação daqueles que receberam a incumbência de resolvê-las.

Não adianta reclamar da sabedoria do povo!

Aquele que se prontifica a tratar dos interesses da população precisa entender o que essa população quer e não apenas o que seu grupo de interesses quer.

Mesmo entre aqueles que acreditaram, durante todo esse tempo, há os que entenderam que o caminho estava errado, torto, sem chegada e, principalmente, sem futuro. Com isso, deixaram para trás as ações que não rendiam resultados e não inspiravam confiança, apesar explicados ao ponto de convencer totalmente.

O resultado alcançado foi indesejado: dificuldades na educação pública, dificuldades na saúde pública, dificuldade no desenvolvimento do turismo, dificuldade em reconhecer a importância do povo amapaense na preservação desse patrimônio natural representado pela Amazônia do lado daqui do rio Amazonas.

Os dirigentes brasileiros precisam ser informados de que são os amapaenses, há anos, que preservam as condições ambientais de todas essas terras que ficam do lado daqui do rio Amazonas.

Parece, até que não percebiam isso!

A população daqui foi deixada com o menor índice de coleta de esgoto do Brasil e com menos da metade dessa mesma população com atendimento de água tratada. Isso todos sabiam de muito tempo.

Foram lutas que começaram recentemente, criaram densidade e reconhecimento e, a pouco tempo, construíram as condições para que houvesse a esperada mudança de conceitos e, consequentemente, de resultados.

Os dirigentes de agora não podem errar, não podem decepcionar, não podem tentar iludir. A população está aprendendo a ficar atenta e, certamente, não vai mais permitir os erros grosseiros, prejudiciais e continuados.