Rodolfo Juarez

Fico impressionado com o tratamento, não técnico, que vem sendo dado à infraestrutura de drenagem pluvial da cidade de Macapá.

Este é um dos pontos da Administração Pública Municipal que precisa ser tratado, primordialmente, com técnica e por profissionais que tenham a competência suficientes para desenvolver os módulos necessários no sentido de elaborar um projeto que recupere o passado, atendo o presente e possa servir para um futuro visando deixar a população tranquila.

A parte política da gestão para esse tipo de serviço será importante para outros projetos urbanos, uma vez que, resolvido o problema da infraestrutura de drenagem, poderá ser feita a pavimentação das vias, o asfaltamento dessas vias, com definição de linha d’água, meio fio e calçada, com instalar um sistema de acessibilidade adequado, durável e que seja refletido na observação daqueles que hoje clamam por providências.

Estando assim, as vias e as áreas ocupadas propensas aos alagamentos (que irritam os moradores), à impossibilidade da circulação de veículos motorizados ou não (que prejudica o funcionamento da cidade) e, ainda, a proliferação de doença (que leva parte da população para as casas de saúde) e fazendo com que a cidade entre no que se chama “estado de atenção”.

Como disse no outro artigo, o sítio urbano de Macapá tem propostas naturais que precisam ser observadas.

O sítio urbano de Macapá tem a Oeste a Lagoa dos Índios e a Leste o rio Amazonas, proteção de dois elementos da natureza, predestinados a receber as precipitações através dos canais naturais, mas que precisam de maior ou menor calado, dependendo da posição em que se encontra na altimetria urbana, cujas medidas precisam ser fixadas em pontos da cidade, com o objetivo de definir em qual direção as águas da chuva vão se movimentar.

A altura mínima definida para a cidade e a altura máxima estuda para as marés máximas são os dois patamares primários que se estabelece indicando para onde as águas da chuva vão correr, se para o rio Amazonas ou se para a Lagoa dos Índios.

A partir dessa altura máxima que precisa ser fixada no ponto mais avançado da superestrutura da cidade é que se vai definindo o nível das partes baixas do sistema de drenagem principal, aquele que se comunica com os canis de drenagem, até o limite com possibilidade de se adotar apenas a queda da água por gravidade.

Já está definida, desde muito, a Cota 2 como cota máxima para as águas do rio Amazonas, então se inverte o processo até atingir a lâmina máxima de água na Lagoa dos Índios que funcionará, como sempre funcionou, como lagoa de estabilização, capaz de absorver toda a água vinda dos coletores de águas da chuva caídas sobre o sítio urbano.

Daí em diante são os projetistas que definem a altura da colocação dos coletores que levarão as águas para os canais e, por conseguinte para a lagoa ou o rio.

Os homens, principalmente os mais imediatistas, servidores públicos municipais, se conforma com os improvisos, com as gambiarras e, na prática, enganando a população, na esperança de transferir para o próximo prefeito a solução do problema.

Os exemplos catalogados e usados para a solução do sistema de drenagem de uma cidade, não alcançaram sucesso com ações como ir para a chuva com água pelo meio da canela, ou acionar retroescavadeiras e caçambas ou, ainda, anunciar solução definitiva do problema, são apenas ofertas de solução política para o problema que, sabidamente, não funciona. A solução é eminentemente técnica.

Mesmo assim, o prefeito atual mantém a ordem geral de efetivar “quebra-galhos” que direcionam dinheiro público ao “ralo” mais próximo.