Josiel Alcolumbre – Jornalista

É impressionante como a população de Macapá está vivendo sobressaltos amiúde. Desta feita foi no sábado, no começo da noite, quando uma chuva mais “pesada” caiu sobre a capital dos amapaenses e inundou, literalmente, todos os pontos conhecidos como sujeitos a alagamentos.

Ocorre que, não mais se trata de uma área com “risco de alagamento”, na verdade se trata de áreas que não suportam uma chuva mais intensa, não obstante a cidade ter à sua disposição, para a destinação das águas pluviais, de um lado o rio Amazonas e de outro lado a lagoa dos Índios.

Se ninguém tivesse permitido a interrupção dos canais naturais no perímetro urbano de Macapá não precisaria qualquer intervenção para que o sistema de drenagem natural funcionasse perfeitamente e, mais, irrigasse as áreas que precisam ser irrigadas para o fortalecimento dos receptores naturais.

Mas isso não foi feito e nem considerado. O sistema reage e a natureza busca o espaço perdido pela ação do homem, seja porque a administração segue aterrando áreas baixas, seja da população que invade áreas que deveriam permanecer desocupadas para que a evaporação natural fosse processada.

A administração macapaense entrou por uma seara muito perigosa. E perigosa para todos: a população e a administração. Ninguém atrofia a natureza sem que ela cobre pelos prejuízos que sofre.

Para lidar com o meio urbano de qualquer cidade, no mínimo tem-se que contar com pessoas que conheçam as regras para cuidar melhor de uma cidade. Um médico, que nunca cuidou disso, corre o risco de deixar um legado negativo que terá que carregar e ser cobrado por muito tempo.