Rodolfo Juarez

As dificuldades para atender à crescente demanda por grandes shows em Macapá revela a falta que está fazendo um arena, nos moldes das que estão funcionando em São Paulo, Curitiba, Goiânia, e em outros centros urbanos, que não nas capitais, como na Paraíba. Por isso, já se justifica o estudo de um espaço que atenda aos grandes shows ou circuitos em condições de não haver necessidades de adaptações ou providências de última hora.

O episódio que levou a mudança do local da realização do show de Wesley Safadão das proximidades da Fortaleza de São José de Macapá para a Praça Barão do Rio Branco, no circuito administrativo do Estado, acende um alerta importante: Macapá não tem espaço próprio para um show da envergadura de um pop star como o Safadão.

E não adianta procurar “piolho em careca” uma vez que a justificativa apresentada pelo Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico Nacional, para que o show não fosse realizado naquele local tem seu fundamento específico e está centrado no mesmo caso já ocorrido com o prédio do Shopping Popular, previsto para 8 andares e que foi brecado por uma ação do Ministério Público Federal, onde está a Advocacia Geral da União, responsável pelas iniciativas judiciais visando fazer cumprir a legislação que protege monumentos como a Fortaleza de São José de Macapá.

Não é que o forte vá cair, rachar ou ser abalado pela quantidade de pessoas que se deslocariam para o Lugar Bonito. É que aquele local está previsto para atender outras demandas da sociedade, como, simplesmente, apreciar o vai e vem das marés do rio Amazonas.

O local selecionado, há muito, pela própria Prefeitura Municipal de Macapá fica às proximidades do Zerão e do Sambódromo, onde deveria ser construído um complexo multiuso com possibilidade de receber grandes públicos, afinal de contas a população de Macapá já pode esperar por grandes espetáculos, seja de cantor sertanejo, clássico ou de música popular.

Desde o primeiro uso indevido do espaço, quando foi autorizado a construção de um ambiente para receber o show do Paralamas do Sucesso, houve quem entendesse que ali estava sendo usurpado um direito da população que, desde 2006, se acostumou a frequentar o Lugar Bonito e se sentiu agredido quando não pode usufruir de um espaço que considera seu.

Em seguida foi realizado, no mesmo local, o Forrozão, patrocinado pelo Governo do Estado. A partir daí um foco intenso foi direcionado para o local, até que, chegou a ordem de não usar e, aí, o assunto assumiu o costumeiro contorno da politização.

O fato é que a Praça Barão do Rio Brando, chamada por alguns desavisados de “praça do Barão”, não tem como finalidade receber grandes públicos. É uma praça que não tem espaço para os sanitários públicos e, em consequência, teve o seu ambiente amanhecido no domingo passado com um odor de urina jamais pensado para o local.

É hora de cuidar para que Macapá tenha um espaço multiuso onde caiba as disputas de quadrilha junina, mega shows como os do Macapá Verão e daqueles que são articulados por empresas particulares com ingressos pagos.

Chega de confusão!