Rodolfo Juarez

A Federação das Indústrias do Estado do Amapá (Fieap), um entidade sindical de grau superior vive, atualmente, um dos seus momentos mais difíceis desde a sua fundação, há 33 anos, em 14 de dezembro 1990.

Sem ter o que comemorar, vendo a usurpação dos direitos como entidade sindical local de grau superior, direitos que lhes foram sacados desde julho de 2013, como uma intervenção que não termina e se constitui, de muito, na história de todas as federações de indústria do Brasil, como a mais longa já perpetrada.

Desde o começo do segundo semestre de 2013, a Federação das Indústrias do Estado do Amapá (Fieap) perdeu a confiança dos conselhos nacionais do SESI e do SENAI e dela foi retirada a administração dos departamentos regionais das duas organizações que passaram a ser administradas diretamente pelos respectivos departamentos nacionais.

A condição atual dos dois departamentos regionais (DR-SESI/AP e DR-SENAI/AP) está influindo no desenvolvimento da indústria local, de forma negativa, devido a dissintonia  dos programas e projetos daqueles organismos executivos e que deveriam ser para atender as necessidades de aprendizagem e as necessidades sociais dos trabalhadores da indústria, além de manter a indústria local em sintonia fina com o desenvolvimento da indústria nacional.

Apesar das regras de intervenção preverem que esse procedimento (intervenção) deve ser, obrigatoriamente, por tempo determinado, essa condição não foi observada para o caso das intervenções do SESI e do SENAI no Amapá.

O trabalhador amapaense, aquele que exerce as suas atividades na indústria local, está pagando dobrado para a manutenção do DR-SESI/AP e DR-SENAI/AP, uma vez que não dispõe da aprendizagem que necessita e nem da assistência social (saúde, educação e lazer) que é obrigação.

Como parâmetro a mensalidade para um aluno cursar a segunda série do Ensino Fundamental I, em 2023, foi de R$ 713,00. Observe-se que cada ano tem um valor de mensalidade diferente e sempre maior que o ano anterior.

Para 2024 as mensalidades da Escola Visconde de Mauá, que inexplicavelmente está sendo chamada de SESI – Escola de Referência, as mensalidades inviabilizam a matrícula dos alunos filhos de pais que trabalham na indústria amapaense e que têm direito ao ensino gratuito. Este ano o SESI oferece ensino gratuito para quem tem sorte, uma vez que promete fazer sorteio de vagas e não diz quantas.

A mensalidade cobrada para um aluno estudar na Escola Visconde de Mauá, do Departamento Regional do SESI/AP, varia de R$ 880,00 até R$ 1.402,00.

O Centro de Formação Profissional Francisco Leite, a escola do DR-SENAI/AP, também não é lembrada, como se fosse um trabalho direcionado para esquecimento daqueles que estruturaram a federação das indústrias e os departamentos regionais do Sesi e do Senai no Amapá.

No momento a Federação das Indústrias do Estado do Amapá (Fieap) tem presidente, diretoria e conselhos, mas não tem o Poder, muito embora tenha voz e voto em conselhos locais e no próprio Conselho de Representantes da Confederação Nacional da Indústria (CR-CNI), tipo rei da Inglaterra…